Feto morto no útero testa positivo para Covid-19 através de transmissão pelo cordão umbilical

Os médicos franceses estudam para entender se a morte do feto está ou não conectada com o fato de ter sido infectado com o coronavírus ainda no útero

de Redação Jornal Ciência 0

Médicos especialistas em autópsia descobriram que o vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, pode ser transmitido através do cordão umbilical e estudam se isso pode ocasionar morte do feto.

A Agência Regional de Saúde de Occitânia, uma região administrativa do sul da França, confirmou o teste positivo em 22 de agosto, mas a Public Health France decidiu não revelar em qual hospital a mãe e o bebê foram atendidos.

Embora o teste do bebê tenha dado positivo para Covid-19, os especialistas não confirmaram se a morte estava ou não ligada diretamente à infecção.

Se for confirmado posteriormente como estando relacionado à infecção, isso significará um novo conhecimento sobre os perigos da Covid-19 em grávidas.

Existem poucos registros de infecção de fetos através do útero, mas o risco é real, fato que motivou entidades médicas de todo o mundo estimular a vacinação em grávidas, especialmente com a chegada da variante Delta — extremamente contagiosa.

A Universidade de Oxford já sugeriu através de estudos que a Delta parece estar causando doenças mais graves em grávidas.

“É uma notícia boa que poucas mulheres grávidas vacinadas deram entrada no hospital com Covid-19, mas é muito preocupante que os casos de Covid-19 estejam aumentando e que as mulheres grávidas pareçam ser gravemente afetadas pela variante Delta”, disse Marian Knight, cientista-chefe do estudo da Universidade de Oxford.

Transmissão pelo cordão umbilical

Um trabalho científico intitulado Transplacental transmission of SARS-CoV-2 infection, mostrou que a via de entrada do vírus ao feto é realmente pelo cordão umbilical.

“Nós mostramos que a transmissão da mãe para o feto através da placenta é possível durante as últimas semanas de gravidez”, disse Daniele De Luca, responsável pelo estudo, de acordo com o jornal The Sun.

Ao comentar sobre o caso ocorrido na França, De Luca afirmou que a ocorrência é “muito rara” se comparado à população mundial.

O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doença dos EUA) também se pronunciou afirmando: “Com base no que se sabe até o momento, mulheres grávidas têm maior risco de doenças graves por Covid-19 comparado com mulheres não grávidas”.

Fonte(s): The Sun Imagens: Reprodução / Shutterstock

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