Apesar de soar absurda, essa é uma pergunta que muita gente faz quando começa a pesquisar sobre os cravos, e tem um fundo de verdade. Porém, para entender isso, você primeiramente precisa saber que os cravos nada mais são do que poros entupidos de gordura (sebo).
Nossa pele é recoberta por uma proteína chamada queratina, que a protege do ressecamento. Quando essa substância é produzida, acaba atrapalhando a saída dos poros, o que também pode ser agravado pelo uso de alguns cosméticos.
Neste caso, onde o acúmulo de queratina é muito grande e gera entupimento dos poros, recomenda-se usar cosméticos com agentes chamados queratolíticos, como por exemplo o ácido salicílico e ácido glicólico, para “destruir” e afinar a camada de queratina depositada sobre os poros.
De qualquer maneira, aquela pontinha preta que vemos é simplesmente resultado da oxidação desta proteína pelo o ar e pelo sol. Assim, por mais que o poro esteja obstruído, a glândula sebácea continuará produzindo gordura, que se acumulará e formará o cravo.
O mito, no entanto, tem um pequeno fundo de verdade. Bem, vamos explicar! Nos poros obstruídos são encontrados bactérias chamadas Propionibacterium acnes e também ácaros, como o Demodex folliculorum. Estes microrganismos podem se aproveitar dessa obstrução dos poros e começar ali uma nova vida, proliferando-se, pois o ambiente é ideal para isso.
Os ácaros são espécies que possuem 8 patas, assim como os aracnídeos (onde estão incluídas também as aranhas). Eles costumam habitar o folículo piloso da pele, onde vivem por cerca de 14 a 18 dias e chegam a colocar até 25 ovos em um único folículo. Por isso, alguns dizem que os cravos são provocados por pequenas “aranhas”. Afirmar ser aranha está incorreto, mas estes ácaros são aracnídeos também!
No entanto, o ácaro Demodex folliculorum não habita apenas os cravos do nosso rosto. Eles podem estar em qualquer outro poro da pele, até mesmo no canal do ouvido e também na base dos cílios. Quando isso acontece, fazem com que os poros entupidos infeccionem, resultando no surgimento de uma nova espinha.
Fonte: Diário de Biologia Fotos: Reprodução / Diário de Biologia