A NASA está prestes a criar o lugar mais frio do Universo

de Julia Moretto 0

A NASA está prestes a lançar o local mais frio da Terra: o Laboratório Cold Atom(CAL) – em órbita. No local os astronautas vão criar condições nunca antes vistas com temperaturas 100 milhões de vezes mais frias do que as profundezas do Espaço.

 

O Laboratório do Átomo Frio vai fazer um passeio em um foguete da SpaceX para a Estação Espacial Internacional, onde se espera que a caixa refrigerada revele uma nova Física. Estudar esses átomos poderia remodelar nossa compreensão da matéria e da natureza fundamental da gravidade“, disse o cientista do projeto CAL Robert Thompson, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.

 

CAL é uma caixa de gelo equipada com lasers, uma câmara de vácuo e uma “faca” eletromagnética.O instrumento ainda está em fase final de construção. O plano é preencher o laboratório com partículas de gás a bordo da Estação Espacial Internacional, onde o ambiente único de microgravidade permitirá que os pesquisadores observem fenômenos quânticos nunca antes vistos que são impossíveis de detectar na Terra.

 

Esta partícula é o condensado de Bose-Einstein, um estado “superfluido” em que os átomos se transformam em formas de onda misteriosas que nunca foram observadas nas temperaturas do Laboratório. Como esse estado tem viscosidade zero, os átomos são capazes de se mover sem atrito, como se fossem uma única substância sólida, explica a NASA.

 

Não há viscosidade para retardá-lo e dissipar a energia cinética. Se pudermos entender melhor a física dos superfluidos, podemos possivelmente aprender a usá-los para a transferência de energia mais eficiente“, diz Anita Sengupta, gerente do projeto Cold Atom. O condensado ​​de Bose-Einstein é de particular interesse para os físicos, porque neste estado, as leis físicas mudam.

 

Compreender essa transição é a chave para uma das maiores questões da Física Moderna,separadamente, a Relatividade Geral e a Teoria do Campo Quântico podem explicar as maiores e menores coisas no Universo, mas encontrar pontos de contato entre elas não é fácil. Dessa forma, os físicos adorariam observar os condensados ​​de Bose-Einstein por dias, mas como a força gravitacional da Terra põe um fim rápido ao estado de queda livre necessário para manter essa matéria, ela geralmente só é analisada por algumas frações de segundo.

 

No ambiente de microgravidade do Espaço, no entanto, os cientistas devem ser capazes de obter uma visão muito mais substancial das coisas – a NASA prevê que eles serão capazes de manter condensados ​​Bose-Einstein no Laboratório por até 5 a 10 segundos.

 

Isso não só poderia nos ajudar a descobrir o que liga a Física Clássica à Quântica, mas também fornecer uma melhor compreensão dos condensados ​​Bose-Einstein que poderia levar a sensores, telescópios e relógios atômicos – utilizados em navegações espaciais – mais precisos. Além disso, poderia acelerar a corrida para o primeiro computador quântico do mundo.

[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ]

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