TOP 5 mistérios da ciência que podem ser resolvidos em 2016

de Bruno Rizzato 0

Um artigo escrito por Gavin Hesketh, da Royal Society University Research Fellow e Professor de Física de Partículas da University Colleg London (UCL), Louise Gentle professora de Ecologia Comportamental da Nottingham Trent University, e Simon Cotton, professor de Química da Universidade de Birmingham, todas da Inglaterra, foi publicado no The Conversation, revelando que 2016 pode ser um ano muito importante para que mistérios da ciência sejam resolvidos.

Existem muitas coisas desconhecidas, desde a origem da vida ao destino do Universo. Porém, 2015 foi um grande ano para a ciência: vimos o acordo climático, imagens de planetas anões e evidências de água corrente em Marte. Então, o que pode acontecer em 2016? Foi justamente isso que Gavin, Louise e Simon separaram para você.

1 – O que está por trás do “Modelo Padrão” da Física?

O Large Hadron Collider (Grande Colisor de Partículas) superou expectativas com a descoberta do bóson de Higgs, em 2012. Em 2015, o LHC começou o projeto Run 2, após muitos aprimoramentos, conseguindo agora esmagar prótons unificados com quase o dobro da energia anterior.

No mês passado, as primeiras experiências revelaram uma possível nova partícula. Este poderia ser o sinal da “supersimetria”, uma teoria que propõe a existência de um parceiro superpesado para cada partícula do Modelo Padrão da física (teoria mais aceita, atualmente, sobre o mundo subatômico). A supersimetria é importante, pois poderia explicar muitos mistérios fundamentais da física, como a matéria escura ou a maneira detalhista com a qual as leis da física criaram o mundo que nos rodeia.

No entanto, a nova partícula também poderia ser um sinal de dimensões ocultas, um segundo bóson de Higgs ou, até mesmo, um falso alarme. Vamos ter de esperar por mais dados para saber o que realmente foi descoberto.

2 – Podemos criar mais elementos?

Desde 1930, os cientistas criam elementos artificiais por esmagamento de partículas para que surjam novos átomos. Sabemos agora de novos elementos sintéticos entrando na tabela periódica, incluindo o ainda sem nome 118. Com a recente síntese do elemento 117 e o reconhecimento oficial dos quatro mais recentes elementos descobertos, as lacunas ainda existentes na tabela periódica estão sendo preenchidas.

Os cientistas continuam ampliando ainda mais as opções, tentando criar os elementos acima de 120, embora as suposições de que o elemento 122 tenha sido descoberto pareçam falsas. A maioria dos avanços recentes utilizaram o isótopo rico em cálcio, nêutron-48, como uma “bala nuclear” disparada em outro núcleo pesado.

Mais casos de sucesso podem acontecer, usando um átomo ainda mais pesado. Mas isso também pode depender da disponibilidade de melhores aceleradores nucleares. Espera-se que, ao contrário da maioria dos elementos sintéticos, que se decompõem rapidamente, um grupo de novos elementos mais pesados ​​possa existir de forma estável.

3 – O que é a matéria escura?

A matéria escura é um mistério que parece estar em toda parte no Universo, cinco vezes mais abundante que a matéria comum que compõe as estrelas, os planetas e os seres humanos. Mesmo assim, até agora só temos evidência indireta sobre a matéria escura, através de observações astronômicas da atração gravitacional nas estrelas e galáxias. Até que possamos ter evidências mais diretas sobre ela, não saberemos o que, de fato, ela é e como se encaixa no modelo padrão da física de partículas.

Experimentos dedicados, como o Grande Experimento Subterrâneo de Matéria Escura e Xenon (Large Underground Xenon Experiment – LUX), estão atingindo novos níveis de precisão, tentando detectar diretamente um candidato à matéria escura, conhecido como uma “partícula massiva de fraca interação”, em relação à matéria comum na Terra. Então, 2016 poderia ser o ano em que, finalmente, este mistério seria analisado em laboratório.

4 – Existe vida em Marte (ou qualquer outro planeta)?

Na Terra, onde quer que encontremos água – seja no meio de um deserto ou em fontes hidrotermais nas profundezas do oceano – encontramos vida. O mesmo aconteceria em outro planeta. Explorações recentes sobre a superfície de Marte aumentaram dramaticamente a nossa compreensão sobre o planeta vermelho, mostrando que no passado existiu água no local. Mais recentemente, foi descoberto um fluxo de água salgada no planeta.

Juntamente com o estudo continuado de Marte, a sonda Juno, em 2016, irá estudar o quanto de água existe em Júpiter. Uma das melhores apostas de vida, segundo os cientistas, encontra-se na Enceladus (a lua de Saturno). Ela possui uma crosta gelada, mas, recentemente, gêiseres foram encontrados em sua superfície, jorrando vapor de água. Este seria um dos lugares mais prováveis ​​de ter vida no Sistema Solar (fora da Terra).

5 – Será que o “Pé Grande” realmente existe?

Com os avanços tecnológicos, é possível investigar a fundo rumores de animais misteriosos ou nunca antes descobertos. “Câmeras armadilhas” são pequenas câmeras acionadas remotamente quando um feixe de infravermelho é quebrado, podendo ser deixada em um local por longos períodos de tempo sem o envolvimento humano. Elas estão cada vez mais sendo usadas em estudos de animais selvagens para monitorar exemplares raros ou indescritíveis, como o Leopardo-de-amur (Panthera pardus orientalis), documentado na China, pela primeira vez em 62 anos.

Os VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados), conhecidos como “drones”, também são cada vez mais utilizados em estudos de animais selvagens para inspecionar áreas inacessíveis. Um estudo verificou, por exemplo, que ursos canadenses estão se apropriando de fontes de alimentos como gansos e seus ovos, possivelmente como resultado de uma mudança climática do ártico.

Os drones poderiam sobrevoar locais onde habitantes dizem ter visto o famoso Pé Grande. Claro que esta é apenas uma forma hipotética para mostrar que, cada vez mais, novos animais podem ser observados graças à tecnologia. 

[ Science Alert ] [ Foto: Divulgação ]

Jornal Ciência