O mistério dos asteroides desaparecidos: o que acontece com os objetos que simplesmente somem?

de Merelyn Cerqueira 0

Um asteroide pode ser chamado de NEO (Near-Earth Object) quando sua distância mais próxima do Sol durante uma órbita é inferior a 1,3 vezes a distância da Terra para o Sol. Ou seja, todos os corpos celestes, sejam estrelas, cometas ou meteoros, serão considerados NEOs, quando sua órbita estiver intersectada com a órbita da Terra, o que pode causar risco de colisão.

A maioria deles é originária do cinturão de asteroides localizado entre Marte e Júpiter, e suas órbitas mudam graças ao calor solar emitido pela superfície desses corpos. Ao interagir com o movimento orbital de Júpiter e Saturno, as rotas são mudadas em direção à Terra. 

No entanto, se esses asteroides não estão vindo em direção à Terra e nem estão sendo destruídos pelo Sol, para onde eles estão indo?

Essa pergunta por anos tem intrigado os astrônomos, porém, ao que tudo indica, ela parece ter sido respondida. Durante 20 anos, pensava-se que os asteroides e cometas que estavam na órbita da Terra acabaram sendo subitamente destruídos por mergulharem em direção ao Sol. O fato é que, de acordo com novas pesquisas, não existe a menor chance de que esses corpos consigam chegar tão perto assim do Sol. Na verdade, a maioria deles é queimada e vai se desfazendo aos poucos quando tenta uma mínima aproximação ao astro, causando fragmentação e um fluxo de meteoros.

Mikael Granvik, doutor, físico e autor principal do estudo, surgiu com essa ideia de que os NEOs não são destruídos quando mergulham para dentro do Sol, mas sim, quebrados aos poucos antes mesmo de entrarem em uma rota de colisão real. Após uma análise de mais de 9 mil asteroides em cerca de 100 mil imagens, os astrônomos também ficaram intrigados pelo fato de que a maioria desses corpos que passava perto do Sol era feita de um material mais brilhante do que os outros, e os asteroides mais escuros eram mais facilmente destruídos do que esses claros.

Os asteroides e fragmentos remanescentes são destruídos completamente e provavelmente não possuem mais do que alguma dezena de centímetros, de acordo com relatos publicados por outros estudos. Sendo assim, a falta de pedaços de asteroides ou cometas nesses eventos é compreensível”, acrescentou.

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De acordo com o Dr., o resultado mais intrigante desse estudo é que agora será possível testar modelos do interior de um asteroide para compreender melhor o seu comportamento, simplesmente pela possibilidade de ter dados sobre seus tamanhos e órbitas.

A próxima grande questão que ele pretende resolver é o que realmente causa essa destruição. Alguns cenários óbvios, como as ondas de calor solar e a sublimação direta dos silicatos localizados na superfície, já foram descartados. O que resta é a ideia de que os materiais que compõem o interior do asteroide sublimem em temperaturas mais baixas, criando pressão suficiente para explodir o corpo.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Daily Mail ]

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