Baleia misteriosa encontrada encalhada em uma praia no sul da Austrália intriga pesquisadores

de Merelyn Cerqueira 0

Recentemente, ao longo de uma praia no sul da Austrália, foi descoberto uma carcaça de baleia que, a até o momento, ainda está intrigando a ciência.

Trata-se de uma rara espécie, vista somente nas profundezas do mar. Identificada como uma fêmea, o animal, curiosamente, possui duas pequenas presas na boca, normalmente associadas aos machos.

Após encaminhar o corpo para o South Australian Museum, os pesquisadores removeram o crânio do animal, que revelou a existência de duas presas vestigiais localizadas na parte de fora da mandíbula. Assim, quando foram removidas, os cientistas encontraram dois pequenos dentes, típicos da espécie baleia-bicuda-de-hector (Mesoplodon hectori), o que aparentemente parecia ter resolvido o mistério. No entanto, isso ainda não explicava o porquê de uma fêmea, geralmente desdentada, estar carregando duas presas.

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Esse é apenas mais um mistério que circundam as baleias-de-bico. Isto é, devido ao seu habitat natural, em grande parte inexplorado e comportamento dentro das profundezas do oceano. Enquanto a biologia afirma conhecer 22 espécies de baleias, apenas quatro foram estudadas de verdade. Isso acontece, em grande parte, pelo fato de ainda existir a caça comercial desses animais.

Essa espécie em particular, possui um bico que lhe dá a aparência de golfinho. Acredita-se que que a baleia-bicuda-de-cuvier possua o recorde de mergulho mais profundo, com 2.992 metros de profundidade. Curiosamente, a maioria das espécies possuem apenas dois dentes, com exceção da baleia-bicuda-de-sheperd. No entanto, em nenhuma das fêmeas isso é comum. Os especialistas acreditam que eles sejam projetados apenas nos machos para ajudar na competição por uma fêmea. E é por isso que a carcaça encontrada na praia da Austrália chocou vários cientistas. O que levou a sugerirem que esse espécime representa algum caso de retrocesso evolutivo, para quando ambos os sexos tinham dentes.

Contudo, amostras do tecido do animal foram enviadas para análise genética para tentar confirmar as descobertas. Pelo fato de saberem tão pouco sobre a espécie, eles acreditam que qualquer informação seja inestimável.

[ IFLS ] [ Foto: Reprodução / IFLS ]

Jornal Ciência