Sua letra feia pode ser genética, segundo cientistas

de Merelyn Cerqueira 0

Muitos fatores são importantes para determinar o estilo de escrita de cada pessoa.

 

Contudo, de acordo com o especialista em análise caligráfica e forense, Richard Fraser, de Westwood, Massachusetts, basicamente, estamos fadados a herdar de nossos pais as características de caligrafia. Entre os fatores determinantes ele destaca que a escrita à mão é moldada por experiências de vida de uma pessoa, caráter, além da forma como foram ensinados a escrever.

 

“Se uma pessoa experimente um evento traumático, sua caligrafia pode mudar”, disse. Segundo ele, a caligrafia reflete a personalidade e estado de espírito de um indivíduo. Por exemplo, uma pessoa bem organizada provavelmente terá traços mais cuidadosos e minunciosamente bem escritos. Contudo, a genética por sua vez desempenha um papel fundamental na letra. Isto é, ela é quem irá definir a forma como você pontuará seu “i” e cruzará seu “t”, por exemplo. O mesmo ocorre com a anatomia, já que a estrutura óssea definirá como uma pessoa segurará uma caneta.

 

A coordenação entre olho e mão, memória muscular e habilidade mental para copiar também são fatores importantes, segundo Fraser. Além disso, a letra pode se transformar ao longo do tempo, a medida que as características físicas e mentais mudam. Porém, a genética aqui só vai até certo ponto. Por exemplo, há quem tenha a caligrafia extremamente semelhante à dos pais. No entanto, isso pode não ter ocorrido em razão de herança de genes, mas sim porque elas simplesmente a copiaram, talvez até de forma inconsciente.

 

Conforme explicado no livro ‘Scientific Examination of Questioned Documents’ (CRC Press, 2006), as semelhanças caligráficas entre familiares, por vezes ocorrem quando escritor imita outro membro da família ou até mesmo um conhecido respeitado por ele. “Esta tendência muitas vezes ocorre durante a adolescência, quando o escritor está desenvolvendo e experimentando sua caligrafia”.

Em certa medida, esse cenário ainda possui um certo componente genético. Além disso, há de se entender que, aqueles com caligrafia ruim, não necessariamente estão presos a elas pelo resto de suas vidas. “Você pode melhorar sua escrita em qualquer idade, se realmente estiver determinado a fazê-lo”, disse Fraser. Contudo, essa possibilidade vai se tornando cada vez mais difícil à medida que envelhecemos, porque a memória muscular e hábitos enraizados desempenham um papel fundamental na forma que escrevemos.

 

E é exatamente neste conceito que a caligrafia forense trabalha. Por exemplo, as pessoas estão tão acostumadas a rabiscarem suas assinaturas que mal se concentram ao fazê-las. Logo, os especialistas conseguem identificar as fraudulentas pela forma cuidadosa, minuciosa e hesitante que foram forjadas.

[ Live Science ] [ Fotos: Reprodução / Live Science ]

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