6 “Monstros” criados por cientistas através da seleção artificial

de Merelyn Cerqueira 0

Seleção artificial, ou reprodução seletiva, é como dizemos que a Ciência interferiu na evolução animal. Em uma lista criada pela IO9, do portal Gizmodo, você pode conferir as histórias de seis animais produzidos em laboratório que oferecem uma perspectiva fascinante sobre como a evolução funciona.

1- Pombo-de-Budapeste

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Essa raça de pombo é, para algumas pessoas, uma das mais belas que existe. Preferências à parte, o pombo-de-Budapeste é resultado de algumas décadas seleção artificial intensa que deu origem a suas características mais marcantes: bico essencialmente inexistente ou abaulado, crânio pequeno e olhos brancos.

Além da aparência física, o comportamento do pássaro também foi criado pela mão humana. Isso inclui a conduta de voo, priorizando aves que eram capazes de se virar para trás durante ou em uma tentativa de voo. Embora os pombos não sejam uma das espécies mais diversificadas do planeta em termos de aparência, os criadores ao longo dos anos conseguiram controlar todos os aspectos da ave, desde a cor dos olhos até o tamanho da prole.

2- Canário de Gibber Italicus

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Criado seletivamente em um processo que durou algumas centenas de anos, o Canário de Gibber Italicus surgiu primeiramente como um pássaro de bela voz que cantava uma centena de variedades de sons. Assim, conforme a evolução da seleção artificial, os criadores foram capazes de controlar todos os aspectos da ave, desde a formação do esqueleto, número e dureza de penas, comprimento e estilo de canção.

3- Galinha depenada

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Há muito que as galinhas fazem parte da dieta humana e durante este período fomos capazes de realizar mudanças relevantes em seus corpos. Contudo, talvez a mais estranha delas tenha sido deixá-las sem penas. Em razão disso, a Ciência agora tem a sólida compreensão do porquê essas aves possuem tal aparência. Enquanto ainda estão em formação, a pele não consegue se desenvolver corretamente, em razão disso, as penas, escamas e esporas não crescem.

4- Rhodesian Ridgeback ou “leão-da-rodésia”

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Apesar do nome, trata-se de uma espécie de cachorro de aparência muito comum. No entanto, ele foi criado por meio de seleção artificial com uma única intenção: caçar leões africanos. Mas não se deixe enganar pela espécie, pois eles podem ser grandes, velozes, fortes e com excelente visão.

O cão também tem uma característica curiosa: uma crista de pelo que cresce em direção oposta ao longo de suas costas. Apesar de aparentar ser inofensiva, trata-se de uma deformidade de desenvolvimento que pode deixar um buraco pequeno e profundo na pele no animal. Chamada de seio dermoide, ela pode atingir toda a coluna vertebral, além de deixar o tecido nervoso exposto a bactérias e doenças.

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5- Peixe “olho-de-bolha”

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Tal espécie foi criada especificamente para ornamentação, o que levou a uma grande variedade de formas e tamanhos bizarros. O mais curioso deles é o “olho de bolha”, que possui enormes sacos repletos de líquidos no lugar dos olhos. Eventualmente, essas bolhas podem desinflar, mas o peixe ainda continuará com a má-formação nos olhos, bem como espinha severamente curvada e sem nadadeiras dorsais.

6- Cabra de Damasco

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Rotineiramente intitulada como a “a cabra mais bonita do mundo” em competições do Oriente Médio, esse animal também foi criado por meio de seleção artificial. A ideia dos criadores era que as selecionadas tivessem nariz extremamente curto e mandíbula inferior avantajada, como a de um buldogue inglês.

No entanto, a mutação veio acompanhada de alguns defeitos, como a miotomia congênita. A condição faz com que as cabras sofram alguns “desmaios” – ou períodos de rigidez muscular extrema – quando levam sustos. Há uma alteração nas estruturas das células musculares que causa a ruptura na sinalização, provocando contrações prolongadas e intensas.

[ Io9 ] [ Fotos: Reprodução / Io9 / Wikipedia ]

Jornal Ciência