Os rinocerontes-negros estão sendo levados à extinção porque o preço de seus chifres levou a uma explosão de caça furtiva, dizem os especialistas.
Rinocerontes são abatidos para que seus chifres sejam usados na medicina chinesa e temos hoje apenas 5.000 rinocerontes-negros restantes no mundo. Os caçadores ameaçam os rinocerontes restantes enquanto seus chifres alcançam um valor “sem precedentes e em constante aumento“. Os pesquisadores calculam que um chifre de rinoceronte agora valha US$ 65.000 (cerca de R$ 202.000) por quilo.
Na medicina chinesa, o chifre de rinoceronte é raspado ou moído em pó e dissolvido em água fervente para tratar febre, reumatismo, gota e outros transtornos, práticas semelhantes são seguidas no Vietnã e na Coreia do Sul. O chifre pode ser utilizado para fazer alças de um punhal tradicional no Iêmen.
Além da ameaça aos números, a fragmentação das populações de rinocerontes está levando a uma gama mais estreita de genes. Este processo significa que, mesmo se os seres humanos parem de caçar, eles serão menos capazes de resistir a doenças. O rinoceronte-negro é agora encontrado em apenas cinco países – Áfricado Sul, Namíbia, Quênia, Zimbábue e Tanzânia.
Uma equipe internacional de pesquisadores comparou, pela primeira vez, os genes de todas as populações vivas e extintas de rinocerontes negros e encontrou um “declínio maciço” na diversidade genética, com 44 de 64 linhagens genéticas que não existem mais. Pesquisadores dizem que o futuro é “sombrio” para a espécie, a menos que a conservação de populações geneticamente distintas seja uma prioridade.
O professor Mike Bruford, da Universidade de Cardiff, afirmou: “Nossos resultados revelam que a caça e a perda de habitat reduziram dramaticamente o potencial evolutivo do rinoceronte negro nos últimos 200 anos. A magnitude dessa perda na diversidade genética realmente nos surpreendeu – não esperávamos que fosse tão profunda. O declínio da diversidade genética das espécies ameaça comprometer seu potencial de adaptação no futuro à medida que o clima ea paisagem africana mudam.Os novos dados genéticos que coletamos nos permitirão identificar populações prioritárias para conservação, dando-nos uma melhor chance de prevenir a extinção total das espécies“.
A equipe de pesquisa utilizou DNA extraído de uma combinação de tecido e amostras fecais de animais selvagens e pele de espécimes de museu. Eles sequenciaram o DNA do genoma mitocondrial materno e usaram perfis clássicos de DNA para medir a diversidade genética em populações passadas e presentes, comparando-os com animais em diferentes regiões da África. Agora eles planejam sequenciar o genoma do rinoceronte-negro para ver como a perda da diversidade genética é pode afetar as populações em todos os seus genes.
O professor Bruford disse que forneceria “informação vital,dada a atual epidemia de caça furtiva e o facto de alguns grupos serem alvo mais do que outros.” Tanto os rinocerontes-negros quanto os rinocerontes brancos têm pele cinzenta. O rinoceronte branco é uma corruptela do “weit” da língua africana, referindo-se ao focinho largo do animal. O rinoceronte-negro foi nomeado em contraste com o branco.
[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ]