Pesquisadores podem trazer espécie de tartaruga-das-Galápagos de volta à ilha do Equador após 170 anos de extinção

de Merelyn Cerqueira 0

Em meados do século 19, cientistas consideraram que uma espécie gigante e única de tartaruga que vivia de forma endêmica na ilha Floreana, arquipélago de Galápagos, no Equador, havia se tornada extinta.

Contudo, recentemente, pesquisas encontraram espécimes semelhantes em outra ilha, com análises de DNA revelando parentesco próximo às da ilha Floreana.

Agora, cerca de 23 tartarugas estão sendo cultivadas sob cautela na esperança de que formas puras da tartaruga-das-galápagos sejam trazidas de volta à vida. 

Acredita-se que cerca de 15 espécies de tartarugas gigantes das Galápagos tenham existido. Destas, apenas 11 conseguiram sobreviver, depois que as populações foram destruídas pela chegada dos humanos ao arquipélago em meados do século 19. 

Enquanto a tartaruga da ilha Floreana se extinguiu por volta de 1850, outras desapareceram mais recentemente, como as da ilha Pinta, que perdeu seu último membro restante, George, há apenas cinco anos.

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Felizmente, pesquisadores acreditam que ambas as tartarugas, Floreana e Pinta, poderiam ser trazidas de volta às suas respectivas ilhas em um futuro próximo. 

Ambas as espécies possuem uma forma de casco distintivo, em forma de sela, que evoluiu para permitir que elas alongassem seus pescoços para chegar aos alimentos.

Em 2008, pesquisadores da Universidade Estadual de Nova York, descobriram que tartarugas de casco semelhante estariam vivendo na ilha Isabela – principal ilha das Galápagos.

Uma análise de DNA mostrou que estas eram descendentes das espécies Floreana e Pinta. Os pesquisadores consideraram que elas teriam sido movidas para ilhas além por meio de navios. 

A combinação do DNA aumentou as esperanças dos pesquisadores de trazer de volta à vida as espécies extintas da tartaruga gigante, por meio de um processo de criação em cativeiro.

Então, em 2015, eles retornaram à ilha Isabela em busca de espécimes para experimentos. Lá, eles encontraram 32 animais com ascendência promissora, e levaram-nos para um centro de criação em cativeiro na ilha de Santa Cruz, Califórnia.

Uma série de testes genéticos indicou que duas dessas 32 tartarugas eram possivelmente Floreanas puras. “Descobrimos um grupo de tartarugas extremamente incomuns que, embora extinguidas em suas ilhas da ilha de Floreana e Pinta, ainda ocorrem neste lugar remoto”, explicou Dr. James Gibbs, um conservacionista de vertebrados da Universidade Estadual de Nova York e que liderou a expedição.

“Pode ser que George não seja o último de sua espécie. O que descobrimos é que há muitas tartarugas híbridas. O objetivo desta expedição é sair, encontrar essas tartarugas, levá-las ao cativeiro para começar a criá-las”.

“Talvez depois de 10 ou 15 anos possamos colocar uma parte da prole de volta a suas ilhas nativas”, acrescentou. Em um artigo publicado na bioRxiv, pesquisadores liderados pelo Dr. Joshua Miller, da Universidade de Yale, escreveram que a descoberta levanta possibilidades de que a extinta espécie Floreana seja revivida. 

“Neste caso, as tartarugas com a ascendência Floreana são ‘arquivos genômicos’ vivos que retêm o legado evolutivo das espécies extintas, eliminando a necessidade dos métodos de clonagem que foram propostos para trazer espécies extintas”, escreveram.

“O programa de criação de tartarugas da Floreana prevê gerar milhares de proles nas próximas décadas. Quando repatriadas para a Ilha, essas tartarugas podem mais uma vez desempenhar seu importante papel como engenheiras do ecossistema”.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail

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