Alexander Berezin, físico teórico da Universidade Nacional de Pesquisa em Tecnologia Eletrônica (MIET), na Rússia, apresentou uma visão perturbadora sobre o destino da humanidade e de possíveis civilizações extraterrestres.
Em seu artigo intitulado “Primeiro a entrar, último a sair: uma solução para o Paradoxo de Fermi”, Berezin sugere que a primeira civilização a alcançar a capacidade de exploração interestelar pode acabar destruindo todas as outras, consciente ou inconscientemente, enquanto luta para garantir sua própria sobrevivência e expansão.
O que é o Paradoxo de Fermi?
O Paradoxo de Fermi é uma questão levantada pelo físico Enrico Fermi na década de 1950: se o universo é tão vasto e antigo, com bilhões de estrelas e planetas potencialmente habitáveis, por que nunca encontramos evidências de vida extraterrestre?
Essa pergunta levou a inúmeras teorias, desde a possibilidade de que somos únicos no universo até hipóteses mais inquietantes, como a autodestruição inevitável de civilizações avançadas antes de entrarem em contato umas com as outras.
A teoria de Berezin
Berezin apresenta uma explicação controversa. Ele sugere que civilizações suficientemente avançadas para colonizar o universo não apenas competiriam por recursos, mas também poderiam destruir outras formas de vida no processo. Segundo ele:
“A expansão interestelar exige recursos e espaço. Aqueles que chegarem primeiro podem eliminar inadvertidamente os outros, simplesmente por não perceberem ou não se importarem com as consequências”, escreveu o cientista em um artigo publicado no arquivo digital do ArXiv.
Ele compara isso à forma como os seres humanos transformam ecossistemas inteiros em prol do progresso, sem intenção explícita de destruir outras espécies, mas causando danos irreversíveis. O Paradoxo de Fermi deu origem a muitas outras teorias para explicar a ausência de sinais de vida extraterrestre, entre elas:
A Hipótese da Grande Barreira: Propõe que existe um obstáculo quase intransponível no desenvolvimento de vida inteligente. Esse obstáculo pode estar no surgimento da vida em si, na transição para inteligência ou na sobrevivência de civilizações avançadas.
O Zoológico Galáctico: Sugerido por alguns cientistas, argumenta que civilizações alienígenas já sabem da nossa existência, mas optam por nos observar à distância, como se fôssemos parte de um “zoológico” cósmico.
O Silêncio Deliberado: Algumas teorias indicam que civilizações avançadas evitam intencionalmente emitir sinais para não atrair a atenção de possíveis ameaças.
A Autodestruição: Há a possibilidade de que civilizações avancem tecnologicamente até um ponto em que se autodestruam, seja por guerras nucleares, mudanças climáticas descontroladas ou inteligência artificial fora de controle.
A ideia de que estamos sozinhos no universo ou, pior, que podemos ser aniquilados por uma civilização mais avançada, levanta questões existenciais. Como a humanidade deve lidar com essa possibilidade?
O futuro da humanidade e o papel da ciência
Berezin conclui sua teoria com uma mensagem de esperança: “Se estamos vivos e contemplando as estrelas, significa que temos a chance de fazer diferente.”
A exploração espacial, como as missões da NASA, da ESA e de empresas como SpaceX, continua avançando. Sondas como a Voyager e o telescópio espacial James Webb estão ajudando a identificar exoplanetas habitáveis e sinais de vida.
Além disso, iniciativas como o SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence) buscam detectar sinais de rádio de civilizações alienígenas, enquanto o Breakthrough Listen, financiado por bilionários como Yuri Milner, utiliza tecnologia de ponta para ampliar essa busca.
O Paradoxo de Fermi continua sendo um dos maiores mistérios científicos. A teoria de Berezin é apenas uma peça desse quebra-cabeça, mas ela nos força a refletir sobre o impacto que nossa própria expansão pode ter no universo. Será que somos predadores cósmicos em potencial ou apenas uma das muitas civilizações que tentam encontrar seu lugar em meio ao vasto vazio?
Enquanto não encontramos respostas, uma coisa é certa: a busca pela compreensão do universo é tão fascinante quanto desafiadora.
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