Por que ainda não encontramos vida extraterrestre? Essa explicação é a resposta!

de Merelyn Cerqueira 0

Até o momento, os únicos exemplos conhecidos de vida senciente do Universo somos nós, seres terrestres. E não é por falta de tentativa: várias missões já foram enviadas ao espaço em busca de companhia, mas, até o momento, continuamos sozinhos. Contudo, conforme apontado pelo Gizmodo, e se o problema não for onde estamos olhando, mas sim quando?

Segundo um estudo que será publicado em breve no Journal of Cosmology and Astroparticle, cientistas consideraram a possibilidade da vida como conhecemos não necessitar de estrelas semelhantes ao Sol. Ela poderia surgir em planetas que orbitam estrelas muito menores e mais fracas. Se permitirmos essa possibilidade, notaremos que o Universo poderá ser muito mais habitável em um futuro distante.

Segundo o principal autor do estudo, Avi Loeb, de Harvard, “é natural para nós pensarmos que somos a forma mais comum da vida, simplesmente por sermos as únicas conhecidas”, disse ele ao Gizmodo. “Portanto, as pessoas assumiram que ao lado de uma estrela como o Sol era o lugar mais provável para o surgimento da vida”.

Se descartarmos essa exigência, há uma nova classe de estrelas menores e menos poderosas do que o Sol, mas bem mais comuns, que poderão ser consideradas na busca. As chamadas “estrelas de baixa massa”, embora possuam menos luz e calor, ainda emitem o suficiente para suportar a existência zonas que poderiam ter água líquida em solos rochosos. 

Essas estrelas não são apenas mais comuns do que as semelhantes ao Sol, mas também possuem um tempo de vida consideravelmente mais longo: vivem cerca de 1.000 vezes mais do que as outras. A partir dessas informações, Loeb calculou que seria muito mais provável para a vida surgir em um futuro distante, em torno de algumas dessas estrelas de baixa massa, do que no presente e perto de uma estrela semelhante ao Sol.

Segundo ele, em 10 trilhões de anos a partir de agora existirá uma probabilidade mil vezes maior do que a atual de encontrarmos vida. E isso sugere uma explicação intrigante: talvez estejamos procurando muito cedo por companhia.

Em outras palavras, podemos estar sozinhos agora, simplesmente porque surgimos muito antes da vida realmente começar a existir. Há ainda uma segunda explicação, que seria a responsável por todos os fatos: talvez, haja algo sobre as estrelas de baixa massa que, mesmo em zonas habitáveis, esteja suprimindo o surgimento de novas vidas.

Nós ainda temos que manter a noção de que, talvez, estejamos no centro do Universo biológico, e que realmente somos únicos ou especiais nesse sentido, ou em termos de inteligência”, disse Loeb. “Se verificarmos que de fato somos raros, eu ficaria muito surpreso, pois, até agora, sempre que olhamos, descobrimos que não somos especiais, tampouco o centro do Universo”.

As respostas para isso nós poderemos ter na próxima década, segundo estimou Loeb, quando descobrirem se as estrelas de baixa massa podem realmente suportar vida, a partir de amostragens de biomarcadores. No entanto, se descobrirem que esses planetas não parecem capazes de suportar vida, poderemos dizer que a “falta” de outras formas dela no Universo é simplesmente devido ao fato de termos surgido muito cedo.

[ Gizmodo ] [ Foto: Reprodução / Christine Pulliam – CfA ]

Jornal Ciência