Pacientes com esquizofrenia podem ter um distúrbio imunológico tratável

de Julia Moretto 0

Pessoas que sofrem de esquizofrenia podem ter um distúrbio imunológico tratável, segundo uma nova pesquisa. Atualmente, os pacientes com esse problema são medicados com fortes drogas e acompanhados por especialistas. Cientistas da Universidade de Oxford descobriram que um em cada 11 casos de psicose está relacionado a uma condição em que os anticorpos atacam o cérebro.

Segundo especialistas, as novas descobertas podem abrir um caminho diferente para lidar com doenças mentais. O estudo, que foi publicado na revista The Lancet, analisou amostras de sangue de 228 pacientes. Os cientistas descobriram que 9% tinham anticorpos relevantes para a sua doença mental.

Os anticorpos parecem atacar o “receptor de NMDA” – que era demonstrado para causar encefalite, uma inflamação do cérebro potencialmente fatal. Esse receptor permite que as células do cérebro se comuniquem. Mas encefalite geralmente pode ser tratada imediatamente, enquanto que a esquizofrenia requer uma gestão a longo prazo.

Segundo pesquisadores, a descoberta oferece uma nova esperança em relação ao tratamento das pessoas que sofrem de psicose. A rápida identificação e remoção dos mesmos anticorpos associados com encefalite conduzem a uma melhora significativa, e muitas vezes, à cura da doença.

Todos os pacientes que apresentam sinais de psicose devem fazer exames que verifiquem seus anticorpos, de acordo com a pesquisadora Belinda Lennox.

As implicações disso são que agora existem pacientes em serviços de saúde mental que terão estes anticorpos averiguados e podem ser tratados de uma forma muito diferente. Eu acho que isso é um avanço realmente animador para a psiquiatria como um todo, e cada paciente com psicose precisa estar ciente disto”, explica a pesquisadora.

No entanto, alguns cientistas estão em dúvida se há um grande número de pacientes em instituições que foram diagnosticados. “A grande maioria dos pacientes desenvolve outros sintomas, por exemplo, convulsões ou movimentos anormais”, disse Josep Dalmau, da Universidade de Barcelona.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Future Science Leaders ]

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