Número de crianças vítimas da “Covid Persistente” aumenta e cientistas não sabem o motivo

Cada vez mais crianças apresentam sintomas mesmo após 120 dias de terem contraído Covid-19, conclui relatório.

de Redação Jornal Ciência 0

Cientistas do mundo inteiro já sabem da persistência de sintomas associados ao coronavírus, condição que ficou mais conhecida como Covid Persistente ou Covid de Longa Duração, em adultos. No entanto, aumenta cada vez mais o número de crianças vítimas da situação.

Sintomas persistem 120 dias depois

Após cinco semanas de contrair a doença, 13% das crianças do Reino Unido menores de 11 anos ainda apresentam sintomas, de acordo com informações publicadas no jornal The Guardian. De acordo com dados do UK Office for National Statistics, quase 15% delas, com idades entre 12 e 16 anos, relatam pelo menos um sintoma após esse período.

Entre março e novembro de 2020, 129 crianças foram testadas. Em mais da metade dos casos, os sintomas persistiram até 120 dias após contraírem o vírus: fadiga, dores musculares e dores de cabeça estavam entre os mais comuns.

Embora a morte seja rara entre os jovens participantes da pesquisa, cerca de 70% deles necessitaram de cuidados intensivos.

Precisamos de mais pesquisas com crianças

Frances Simpson, professora de psicologia na Coventry University, decidiu encabeçar a campanha Long Covid Kids: um grupo de 1.400 pais com filhos infectados. Sobre o assunto, ele destacou o seguinte trecho em entrevista para o jornal The Independent:

“Encontramos crianças com uma ampla gama de sintomas, desde a simples fadiga pós-viral até todos os sintomas estranhos e assustadores. Estamos observando sintomas neuropsiquiátricos, crianças que desenvolvem gagueira e apresentam alterações de humor associados. O que a gente está vendo e vivenciando é chocante. Precisamos de mais pesquisas sobre isso”.

Para tirar conclusões sólidas, os especialistas que trabalham em estreita colaboração com Simpson disseram que precisam fazer muitos mais testes para compreender o que está acontecendo.

Além disso, pesquisas com grupos de comparação com outras crianças e em outros países ainda foram realizadas, e os cientistas esperam que outras instituições tenham interesse em estudar a Covid Persistente e seus efeitos em crianças e adolescentes para validar os dados encontrados.

Fonte(s): Muy Interesante Imagens: Reprodução / Shutterstock / Shutterstock

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