Neurocientistas descobriram como despertar o seu cérebro

de Julia Moretto 0

Você pode não perceber, mas ao acordar, seu cérebro sofre um processo químico complexo. E recentemente os cientistas identificaram a parte do cérebro que acaba com os períodos de sono leve e nos leva ao estado de vigília.

Pesquisadores da Suíça concentraram sua atenção em um circuito neural específico localizado entre o hipotálamo e o tálamo do cérebro.

Ao estimular esse circuito com pulsos de luz em um grupo de ratos, os acadêmicos podem provocar despertares rápidos do sono e, em seguida, causar uma vigília prolongada.

Os pesquisadores dizem que essa descoberta pode ajudar aqueles que estão em coma ou estado vegetativo, além de poder ajudar pessoas com distúrbios do sono e oferecer aos médicos uma melhor ideia do que faz o paciente não dormir corretamente.

“As consequências das perturbações do sono sobre a qualidade da vida vão muito além da sonolência diurna e da alteração do humor”, disse um dos integrantes, Antoine Adamantidis, da Universidade de Berna.

“Insuficiência cognitiva, desequilíbrio hormonal e alta susceptibilidade a distúrbios cardíacos ou metabólicos estão entre alguns dos impactos negativos frequentemente associados a problemas sutis do sono crônico”.

Os pesquisadores também descobriram que, ao inibir o mesmo circuito neural – ao desligar os pulsos – eles poderiam fazer com que os ratos caíssem em um sono mais profundo.

Enquanto os principais circuitos cerebrais para o sono REM (Rapid Eye Movement) mais profundo e o sono não REM mais leve já foram identificados, pouco se sabe sobre os mecanismos subjacentes. Os pesquisadores de Berna os chamam de enigma de neurociência moderna.

“Mesmo que fizemos um importante passo em frente, levará algum tempo antes de novas estratégias terapêuticas serem projetadas com base em nossos resultados”, admite Adamantidis. Mas há uma nova esperança para aqueles que sofrem de problemas crônicos do sono – apenas nos EUA, estima-se que o número seja de cerca de 50 a 70 milhões de pessoas.

A equipe descobriu que, com estimulação suficiente, os ratos poderiam ser acordados dos efeitos de um anestésico, e enquanto algumas formas de estimulação elétrica do cérebro profundo foram tentadas no passado, esta é muito mais direcionada.

Com pesquisas anteriores que relacionam distúrbios penetrantes como Alzheimer, Parkinson e esquizofrenia para problemas de sono, essa descoberta pode ter um impacto duradouro em várias áreas da saúde. A pesquisa foi publicada na Nature Neuroscience.

Fonte: Science Alert Foto: Reprodução / Webmd

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