Limitar calorias em 5 dias por mês pode reduzir risco de câncer, doenças cardíacas e diabetes

de Merelyn Cerqueira 0

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), em um estudo, conseguiram que um grupo de pessoas jejuasse parcialmente por cinco dias em um mês por um período de três meses.



 

Comendo menos de 1.100 calorias nestes determinados dias, eles apresentaram menor risco de câncer, doenças cardíacas, diabetes e ainda conseguiram perder peso. Segundo o pesquisador Dr. Valter Longo, o estudo fornece provas de que as pessoas podem experimentar benefícios significativos para a saúde por meio de uma dieta de jejum periódico, que é projetada para agir contra o processo do envelhecimento.

 

Estudos anteriores indicaram uma gama de benefícios para a saúde em ratos, mas este é o primeiro ensaio clínico randomizado com participantes suficientes para demonstrar que a dieta é viável, eficaz e segura para os seres humanos”, acrescentou. Dr. Longo, juntamente com Dr. Min Wei e outros colegas, testaram os efeitos da dieta em vários fatores de risco para diabetes, doenças cardíacas, câncer e outras condições. Cerca de 100 pessoas participaram do ensaio, realizado entre abril de 2013 e julho de 2015. Os participantes, com idades entre 20 e 70 anos – todos saudáveis – foram divididos em dois grupos.

 

No primeiro, tido como grupo de controle, os participantes foram pedidos que continuassem seus hábitos alimentares regulares por um período de três meses. O segundo, por outro lado, foi colocado em teste da dieta com alimentos fornecidos por uma nutricionista. As refeições oferecidas continham proporções precisas de proteínas, gorduras e carboidratos, e incluíam barras energéticas, sopas, uma variedade de lanches, bebidas e suplementos.

 

Então, após três meses, os participantes do grupo de controle foram colocados na dieta especial. Os pesquisadores descobriram que os do segundo grupo perderam em média quase três quilos, e suas cinturas tinham reduzido em média cinco centímetros. Ainda em relação ao segundo grupo, foi observado que a pressão arterial sistólica, que estava em faixa normal no início do estudo, caiu cerca de 4,5 mmHG, enquanto que a pressão arterial diastólica caiu 3,1 mmHg.

 

Enquanto isso, eles ainda apresentaram um menor risco de câncer, uma vez que a maioria experimentou quedas nos níveis de IGF-1 (Fator de Crescimento Insulina-1), uma proteína que alimenta tumores. Os efeitos colaterais da dieta foram relatados como leves e incluíram fadiga, fraqueza e dores de cabeça.

 

Os pesquisadores afirmaram que, embora “a grande maioria” dos participantes tivesse um ou mais fatores de risco para as doenças, serão necessários mais ensaios para demonstrar se a dieta de jejum periódico é eficaz na prevenção e tratamento de condições.

 

De acordo com Dr. Joseph Antoun, diretor executivo da L-Nutra Inc., que forneceu os alimentos da dieta para os participantes, o método é indicado para indivíduos que queiram otimizar saúde e bem-estar, pessoas obesas ou em excesso de peso ou com níveis anormais em biomarcadores de envelhecimento.

 

Ele alertou que pessoas diagnosticadas com diabetes, doenças cardiovasculares, câncer, menores de 18 anos, grávidas, lactantes ou com doenças metabólicas, devem evitar a dieta, uma vez que podem ser afetadas pelo baixo teor de glicose e proteína desta. Além disso, ela nunca deve ser combinada com drogas hipoglicemiantes, como metformina ou insulina”, disse Antoun.

 

Já para a nutricionista Ashlea Braun, de Ohio State e Centro Médico Wexner, ainda não se sabe sobre consequências a longo prazo. “Não está claro se ela permite que os indivíduos cumpram consistentemente todos os requisitos de micronutrientes necessários”, disse em entrevista à Reuters Health. “Também não se sabe como esse tipo de dieta restritiva afeta a massa muscular a longo prazo, e o impacto que pode ter sobre vários indicadores de saúde”.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ] 

Jornal Ciência