A saúde tem preço? Vale arriscar para poder ganhar uma grana extra? O laboratório Queen Mary BioEnterprises Innovation Centre, localizado em Londres, Inglaterra, acredita que sim e está procurando 24 pessoas que queiram ser infectadas com o novo coronavírus em troca de dinheiro.
O objetivo da empresa, especializada em biotecnologia, é o teste de uma nova vacina, elaborada em tempo recorde, para verificar sua eficácia em diversas pessoas, contribuindo assim com o desenvolvimento científico e compreensão da Covid-19.
O valor ofertado para cada participante é de € 4 mil euros, o que hoje equivale a mais de R$ 22 mil. Mas, para participar, todos os voluntários precisarão passar por uma série de testes clínicos que atestem a saúde. Isso é importante porque, após aplicar o vírus e a vacina, todos os dados coletados precisam expressar o efeito real no organismo.
Contaminação proposital
A empresa irá contaminar os voluntários usando uma versão “mais fraca” do novo coronavírus, causador da doença Covid-19. Essa versão mais branda deve ocasionar, em teoria, apenas sintomas respiratórios leves. Logo depois, eles vão receber doses das novas vacinas pesquisadas e também de vacinas que já são conhecidas pela ciência, e precisarão ficar isolados completamente por 14 dias.
Após este tempo, novos testes serão realizados para verificar se o tratamento experimental obteve eficácia. Desta forma, os pesquisadores poderão entender qual mecanismo de proteção ocorreu e qual vacina teria melhor efeito para combater o novo coronavírus.
Outros laboratórios pesquisam vacina
O Queen Mary BioEnterprises Innovation Centre não é o único laboratório que está na corrida contra o tempo. Na verdade, já são 20 instituições ao redor do mundo que procuram uma nova vacina em caráter de urgência.
“As empresas farmacêuticas podem ter uma excelente ideia dentro de alguns meses após o início de um estudo de vacinas, trabalhando ou não com elas […]”, disse à imprensa Andrew Catchpole, cientista que coordena o teste experimental.
Para continuar com os testes, o estudo primeiro deverá ser aprovado pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido. Só após isso as primeiras doses de coronavírus poderão ser injetadas.
É importante salientar que, mesmo com todo o avanço científico e esforço de empresas, bem como governos de várias nações, é impossível a elaboração de uma vacina que possa ser usada a tempo de impedir ou amenizar os impactos da atual pandemia. Uma vacina definitiva pode levar quase 2 anos para ser elaborada e testada em humanos antes de ser considerada segura.
Fontes: El Mundo / New York Post