Estudo sugere que aumento de força muscular melhore funcionamento do cérebro

de Gustavo Teixera 0

Em um novo estudo realizado pela Universidade de Sydney, Austrália, foi descoberto que o aumento gradual da força muscular, através de atividades físicas, melhora a função cognitiva do cérebro. Os resultados foram publicados na revista norte-americana The Journal of American Geriatrics.

A pesquisa inclui um estudo de treinamento mental e resistência realizados em pacientes com piora cognitiva leve com idades entre 55 e 68 anos. Esses pacientes têm mais facilidade de desenvolver Alzheimer e doenças relacionadas à demência. Os resultados são significativos levando em consideração a alta taxa de demência e Alzheimer entre as pessoas mais velhas, sendo que 47 milhões de pessoas morrem de Alzheimer, segundo o World Alzheimer Report de 2016.

O estudo examinou 100 adultos com deteriorações cognitivas leves, sendo que 80% dos diagnosticados acabaram desenvolvendo a doença de Alzheimer. Para o estudo, os pacientes foram divididos em quatro grupos e orientados a realizar atividades como exercícios de resistência, levantamento de peso, capacitação cognitiva computadorizada e algum placebo equivalente.

As atividades com o placebo não produziram melhoras cognitivas – como se esperava – no entanto, o estudo demonstrou uma relação proporcional entre a melhora da função cerebral e a melhora da força muscular. “O que descobrimos neste estudo é que a melhora na função cognitiva foi associada com o ganho de força muscular. Quanto mais forte o paciente ficava, maior o benefício para o cérebro”, explicou Yorgi Mavros, líder do estudo.

“Quanto mais nós pudermos fazer as pessoas realizarem treinamento de resistência – tais como levantamento de peso – mais provavelmente teremos um envelhecimento saudável da população. A chave, no entanto, é assegurar que façam exercícios muitas vezes, pelo menos duas vezes por semana. Isso dará um bom resultado para o cérebro”, conclui Mavros.

Esta é a primeira vez que um estudo mostra uma clara ligação entre o aumento da força muscular e uma melhora da função cerebral em pacientes com mais de 55 anos com comprometimento cognitivo leve.

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