Estudo envolvendo abelhas pode ajudar no combate a Alzheimer e outras doenças

de Julia Moretto 0

Um estudo realizado pela Frontiers utilizou abelhas para determinar como a memória está vinculada a modificações de DNA, especificamente, por um processo chamado de metilação. A metilação é como nosso corpo controla a expressão dos genes. Por exemplo, com base em nossas necessidades, a metilação de um determinado gene o faz inativo. Os pesquisadores descobriram que quando as abelhas foram condicionadas a um odor particular, com uma recompensa, a metilação do DNA foi importante para a formação e ajudou a esquecer as memórias de longo prazo relacionadas a certos estímulos.

Pode parecer que as abelhas não têm muito em comum com os seres humanos, mas segundo Stephanie Biergans, da Universidade de Queensland, na Austrália, os seus processos de memória são semelhantes aos nossos. “As abelhas têm uma incrível capacidade de aprender e lembrar”, disse ela. “Elas podem contar até quatro, orientar-se por padrões e marcas de aprendizagem. Elas também são insetos sociais que interagem, ensinam e aprendem, tornando-se forrageiras de sucesso. Abelhas podem se lembrar se como encontrar uma fonte de alimento, se lembrar dela e ainda voltar para a colmeia”. Apesar de tudo isso, os cérebros das abelhas são mais simples do que os cérebros humanos, ou seja, mais fáceis de estudar.

Durante o experimento, os pesquisadores ensinaram as abelhas a associarem um odor com uma recompensa de açúcar, semelhante ao aprendizado olfativo de quando uma abelha coleta o néctar de uma flor durante o forrageamento. Na vida real, as abelhas se lembram de fontes de alimentos pela cor, forma e cheiro. Elas também podem esquecer essas fontes caso descubram novas fontes ou se o alimento delas acabarem. Os cientistas usaram diferentes condições para treinar as abelhas e descobriram que suas memórias podem se formar de diferentes formas.

Relacionando a pesquisa de memória com os seres humanos – especificamente as mudanças físicas no cérebro, como nossas conexões neurais, que formam a memória a longo prazo, é possível compreender doenças como Alzheimer e demência, quando a memória é danificada. Segundo Biergans, com novos estudos, será possível desenvolver tratamentos para essas doenças do cérebro.

[ Medical Daily ] [ Fotos: Reprodução / Medical Daily ]

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