Segundo estudo, uso de alumínio na cozinha pode estar associado a Alzheimer

de Merelyn Cerqueira 0

Uma pesquisa realizada por um grupo de cientistas e relatada no The Conversation, por uma das autoras, Ghada Bassioni, professora e chefe do Departamento de Química da Universidade Ain Shams, no Egito, mostrou os perigos representados pelo uso do papel alumínio na cozinha.

Ao preparar comidas assadas, como peixes, carnes ou vegetais, muitas pessoas acabam recorrendo a esse papel para cozinhar melhor o alimento. Contudo, o que não se sabia até agora, é que esse hábito pode contaminar a refeição e resultar em problemas de saúde como doença de Alzheimer.

Logo, no ensaio realizado, os cientistas reuniram um grupo de pessoas a fim de explorar o uso do papel alumínio na cozinha. Segundo Bassioni, esse produto não é usado apenas como folha.

Em países em desenvolvimento, tachos e panelas são revestidos com ele, além de também ser encontrado em colheres de servir. Isso porque, o cobre anteriormente utilizado, foi substituído pelo alumínio, pelo fato de ser mais barato de produzir e fácil de limpar.

Porém, enquanto cozinhar os alimentos em panelas de alumínio não é considerado ruim, colocar o papel alumínio sobre eles é problemático. Ainda mais quando falamos em comidas mais ácidas e picantes, preparadas em temperaturas elevadas.

Primeiramente, o corpo humano é capaz de excretar pequenas quantidades de alumínio de forma muito eficiente.

Isto significa que, o mínimo de exposição ao alumínio não é um problema. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a dose diária segura é de 40 mg por quilograma de peso corporal. Assim, uma pessoa que pesa 60 kg a ingestão admissível seria de 2400 mg, por exemplo.

Contudo, a maioria das pessoas é exposta a índices muito mais altos do que esses. Isso porque, o alumínio pode ser encontrado no milho, queijo amarelo, sal, ervas, especiarias e chãs.

Além de ser usado em utensílios domésticos, como vimos acima, ele também está presente em medicamentos do tipo antiácidos, e até mesmo em antitranspirantes. Já o sulfato de alumínio, um derivado, é utilizado como coagulante durante o processo de purificação da água potável.

Com isso em mente, os cientistas, ao analisarem um grupo de idosos e concluiu que o alumínio, quando em concentrações elevadas, pode ser detectado no tecido cerebral de pacientes com Alzheimer. Dessa forma, eles concluíram que essa doença está associada aos hábitos de vida modernos e industrialização da sociedade.

Considerando todos esses riscos comprovados, segundo Bassioni, é importante determinar a concentração do uso de alumínio na cozinha. Panelas e outros utensílios tendem a oxidar com o tempo.

Dessa forma, conforme há uma fricção do alimento com essa área, ele tende a se infiltrar na comida. Para evitar que isso aconteça, a especialista recomenda se desfazer das panelas mais velhas. E ao comprar novas, é recomendável que, antes de usá-la, ferva água nela diversas vezes, até que a base se torne menos brilhosa. Isso cria uma oxidação natural e impede a lixiviação – perda dos nutrientes do alimento.

Entretanto, de acordo com Bassioni, é seguro embrulhar a comida fria em folhas de alumínio, mas não por longos períodos de tempo. Isso porque, a comida tem uma vida útil e o alumínio presente na folha, em breve, poderá começar a se transferir para ela.

Fonte: Science Alert Fotos: Reprodução / Science Alert

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