Cogumelos podem combater o Alzheimer, dizem os cientistas

de Gustavo Teixera 0

Segundo um novo estudo, cogumelos poderiam ser um alimento indicado para prevenir o Alzheimer.

 

Os cientistas descobriram que eles contêm compostos bioativos que podem desempenhar um papel na redução ou atraso no desenvolvimento da neurodegeneração. Estima-se que cerca de 5,1 milhões de norte-americanos tenham a doença de Alzheimer e, em todo o mundo, 42 milhões de casos são esperados até 2020. Apesar do avanço da medicação, o manejo dessas doenças permaneceu em grande parte ineficaz.

 

Porém, novas pesquisas mostram que as propriedades de certos cogumelos comestíveis e medicinais poderiam melhorar o crescimento dos nervos do cérebro e proteger contra as causas de doenças relacionadas à idade. Evidências anteriores provaram que os cogumelos exibem atividades antioxidantes, antitumorais, antivírus, anticancerígenas, anti-inflamatórias, antimicrobianas e antidiabéticas.

 

Cogumelos com propriedades anti-inflamatórias podem ser usados como alimentos funcionais para combater a pressão arterial elevada, que contribui para muitas doenças crônicas relacionadas à idade, incluindo doenças neurodegenerativas, de acordo com pesquisadores.O estudo, realizado na Universidade da Malásia, analisou a informação científica disponível sobre cogumelos, seus compostos e os resultados de testes farmacológicos. Os cientistas selecionaram 11 tipos diferentes de cogumelos comestíveis e medicinais e estudaram seus efeitos nos cérebros de ratos.

 

Eles descobriram que cada cogumelo aumentou a produção do fator de crescimento nervoso (NGF), uma molécula envolvida principalmente na regulação do crescimento, manutenção, proliferação e sobrevivência de certas células nervosas no cérebro. Por sua vez, isso promoveu a regeneração nervosa periférica nos ratos – a rede de nervos motores e sensoriais que conectam o cérebro e a medula espinhal.

 

Como os cogumelos estimulam a produção de NGF, poderiam proteger os neurônios de substâncias químicas que causam a morte celular, dizem os pesquisadores. Cogumelos específicos também foram considerados benéficos para o cérebro. Cordyceps, considerado um cogumelo medicinal na farmacologia asiática clássica, impediu a morte celular neuronal e perda de memória devido aos seus efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios.

 

O cogumelo juba-de-leão, um comestível raro usado para fins culinários e medicinais na China e no Japão, mostrou ter efeitos positivos sobre a deterioração cognitiva leve. E o cogumelo Reishi, considerado há muito tempo um remédio, mostrou evidência em melhorar habilidades cognitivas e aumentar a longevidade. No entanto, os cientistas dizem que os efeitos dos cogumelos sobre o cérebro e a saúde cognitiva estão em seus estágios iniciais de pesquisa em comparação com a fitoterapia, que já é amplamente explorada e relativamente mais avançada.

 

Tais pesquisas passaram a se concentrar em duas ervas, pervinca e ginseng, que provaram aumentar a função cognitiva. Os cientistas descobriram também que um dos óleos essenciais que geram seu perfume agradável melhora a velocidade e a precisão ao executar certas tarefas mentais. “Em contraste com o corpo de literatura sobre ingredientes alimentares que podem melhorar doenças cardiometabólicas e câncer, poucos estudos têm focado em alimentos que podem beneficiar as doenças neurodegenerativas”, disse Sampath Parthasarathy.

 

O presente estudo pode estimular a identificação de mais materiais alimentares que são neuroprotetores”, completou. Os pesquisadores concluíram que, devido ao crescente número de pessoas com demência e outras doenças relacionadas, é “vital” continuar a explorar os alimentos que têm benefícios medicinais.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Pixabay ]

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