Está resfriado? Tome zinco! Entenda o mito da vitamina C que engana pessoas há décadas sobre imunidade

A vitamina C, conforme uma série de estudos aponta, não ajuda a prevenir ou tratar o resfriado comum. No entanto, pesquisadores sugerem que a “grande estrela” que ajudaria a imunidade em casos de resfriado, é outro nutriente ignorado pela maioria das pessoas, mas com importante papel na saúde.

Ao que tudo indica, o zinco parece interferir na replicação do rinovírus, responsáveis pelo resfriado comum. Uma revisão de estudos apontou que pessoas resfriadas que começaram a tomar zinco, apresentaram resfriados mais curtos e sintomas menos graves.

As células do nosso sistema imunológico dependem do zinco para funcionar. Logo, ao não obtermos a quantidade diária suficiente – que de acordo com pesquisadores de Harvard é de 15 a 25 mg por dia – o funcionamento das células T, além de outras, fica comprometido.

Por outro lado, o excesso do mineral pode resultar em uma ação oposta, interferindo diretamente no funcionamento das defesas do corpo.

A “fama” da vitamina C começou na década de 1970, por uma sugestão do químico Linus Pauling. A crença atingiu seu pico quando marcas como Airbone e Emergen-C criaram suplementos à base da vitamina, lotando prateleiras de farmácias e supermercados.

No entanto, e tendo em mente o resultado de vários estudos, os benefícios envolvendo a vitamina C nada mais são do que a “publicidade” extrema de um produto. 

Por exemplo, uma revisão de 29 ensaios, feita em 2013, e que envolveu mais de 11.300 pessoas, apontou a inexistência de efeitos consistentes na vitamina C em relação à duração ou gravidade de resfriados.

Por outro lado, o único cenário em que os pesquisadores observaram benefícios da suplementação por vitamina C foi em maratonistas, esquiadores e soldados em exercício subaquático – e mesmos nesses pequenos grupos, o efeito observado foi mínimo.

Logo, os autores da revisão concluíram que “o fracasso da suplementação por vitamina C para reduzir a incidência de resfriados na população em geral indica [que isso] não é justificável”. Além disso, eles acrescentaram que em doses altas – de 2.000 mg ou mais – ela pode aumentar o risco da formação de pedras nos rins.

Dessa forma, ao invés de optar pelas bebidas efervescentes de vitamina C, você pode comer alguns morangos, grão-de-bico, feijão, cogumelos e frango – todos ricos em zinco.

Além disso, certifique-se de obter o suficiente do mineral em sua alimentação diária. Você também pode encontrar zinco em farmácias de manipulação, obtendo sempre a orientação de um farmacêutico responsável.

Fonte: Science Alert Foto: Reprodução / Pixabay