A maioria das pílulas de vitaminas não funciona. Entenda o motivo e saiba quais tomar!

de Redação Jornal Ciência 0

Muitos dizem: coma vegetais, faça exercícios e suplemente com vitaminas. Parece um pouco óbvio essas recomendações, mas a parte das vitaminas talvez não seja. 

Após décadas de pesquisa, não existem evidências concretas ou substanciais de que suplementos de vitaminas fazem, de fato, os benefícios que os consumidores imaginam.

Novos estudos mostram o oposto das afirmações positivas: as suplementações de vitaminas podem ser ruins para você e estão até associadas a um maior aumento em certos tipos de câncer, enquanto outras vitaminas suplementadas estão ligadas ao risco de pedras nos rins.

Um grande estudo mostrou que, apesar do crescente conhecimento de saúde gerado pela internet, o hábito dos norte-americanos em consumir pílulas de vitaminas não está subindo, encontrando-se estável nos últimos 10 anos.

Abaixo, você encontra informações do portal Business Insider sobre vitaminas que de fato você deve tomar e as que você deveria evitar. Confira:

1 – Multivitamínicos? Você pode ter tudo na comida!

Durante décadas as pessoas foram bombardeadas para tomar multivitamínicos como sendo indispensáveis para a saúde. A Vitamina C sempre é colocada como “impulsionadora do sistema imunológico”, a Vitamina A boa para a visão e a Vitamina B ajuda a manter o corpo “energizado”.

Você obtém estas vitaminas que precisa dos alimentos que consome diariamente. Além disso, estudos mostram que o excesso pode causar danos.

Uma pesquisa de 2011 mostrou que 39.000 mulheres com mais de 25 anos, que tomavam regularmente multivitamínicos, tinham o risco elevado de morte comparado com mulheres que não tomavam.

Vitamina D3: você precisa tomar!

A vitamina D3 é uma molécula absolutamente fundamental para a manutenção do nosso corpo. Ela ajuda a manter ossos fortes, ajudando-os a absorver cálcio, além de diversas funções no corpo, que vão da melhor disposição até risco de depressão quando em baixos níveis sanguíneos.

Obtemos a Vitamina D3 sempre que tomamos sol nos horários indicados como saudáveis, como antes das 10 da manhã e depois das 16h. Além disso, conseguir obter exposição solar adequada em alguns locais durante o inverno é quase impossível.

Estudos mostram que a Vitamina D3 é importante ser suplementada. Revisões de artigos científicos da revista PLOSone mostraram que pessoas que suplementam a alimentação com pílulas de Vitamina D3 vivem mais do que quem não o faz.

Por isso, esta vitamina, que alguns especialistas a classificam como um hormônio, é essencial para nós.

Antioxidantes? Coma frutas!

As vitaminas A, C e E são antioxidantes naturais, e estão presente de forma abundante em praticamente todas as frutas, além de verduras e legumes. Vegetais diversos, como brócolis, por exemplo, é reconhecido por ter substâncias que evitam o câncer – desde que consumido o menos cozido possível.

Pesquisas mostram que tomar antioxidantes em excesso pode prejudicar sua saúde. Um grande estudo de longo prazo mostrou que fumantes do sexo masculino que tomavam regularmente vitaminas tinham mais chances de câncer de pulmão do que os que não tomavam.

Uma revisão científica de 2007, que analisou estudos com consumidores de vários tipos de suplementos de antioxidantes, concluiu que: “O tratamento com betacaroteno, vitamina A e vitamina E pode aumentar a mortalidade”.

Vitamina C? Não impedirá a gripe!

A fama mundial da vitamina C começou na década de 1970 quando o cientista Linus Pauling declarou que tomava diariamente altíssimas doses do suplemento. Depois, empresas americanas lançaram o Airborne e o Emergen-C (suplementos de vitamina C) e uma “explosão” se instaurou no mundo.

Um estudo inicial e em seguida outra pesquisa, mostraram que a Vitamina C faz pouco ou nada para evitar o resfriado comum, causado pelo vírus influenza – que sofre mutações todos os anos.

Doses elevadas (2.000 mg ou 2 gramas já são consideradas megadoses) podem gerar cálculos renais. Se sua intenção é tomar doses altas buscando um efeito antioxidante, converse com seu médico sobre estratégias farmacológicas para bloquear a ação da possível formação de pedras nos rins.

Para conseguir níveis de vitamina C, laranja, morango e o velho e bom limão são ótimas opções. Pesquisas já mostraram o importante papel da Vitamina C na prevenção de alguns tipos de câncer, como o colorretal, mas você precisa ter um plano terapêutico com um médico para tomar doses elevadas.

Vitamina B3? Prefira peixes e beterraba

Durante anos a Vitamina B3 foi aclamada por “tratar tudo”, de Alzheimer à doença cardíaca. Mas, estudos mostram que cientistas pediram o fim da prescrição excessiva deste nutriente.

Um grande estudo de 2014 com 25.000 pessoas com problemas no coração, mostrou que doses elevadas de Vitamina B3 elevava o “bom” colesterol, e isso não reduziu a incidência de ataques cardíacos, derrames ou mortes.

Além disso, o mesmo estudo mostrou que quem suplementou com Vitamina B3 teve mais chances de desenvolver infecções, problemas no fígado e hemorragia interna comparado com quem tomou apenas placebo (pílulas de farinha).

Probióticos: a ciência não faz certas afirmações

Os probióticos – suplementos de bactérias que são benéficas para os intestinos – são um dos suplementos mais caros, quando comparado ao volume. Especialistas dizem que encontramos bactérias benéficas em iogurtes, por exemplo, ou outros alimentos fermentados e que não há necessidade desta complementação – salvo em casos específicos.

A indústria dos probióticos tornou-se um negócio extremamente lucrativo. Estima-se que o faturamento anual ultrapassará os 64 bilhões de dólares em todo o mundo. 

A ideia por trás de seu consumo é simples: trilhões de bactérias povoam nossos intestinos e sabemos que elas têm um papel crucial em nossa saúde. Mas, fazer isso se tornar tão simples quanto tomar uma cápsula ou sachê com probióticos não é uma tarefa fácil.

Estudos mostram que a suplementação às vezes ajuda, e as às vezes não. Então, descarte afirmações de que probióticos podem fazer milagres, prometendo ser a cura para quase todos os males intestinais e outras doenças. Tenha uma alimentação saudável e inclua fermentados e iogurtes no seu dia a dia.

Zinco: verdadeiramente ajuda contra resfriados

Ao contrário da Vitamina C, que os estudos descobriram que não previne gripes e resfriados, o zinco pode realmente valer a pena tomar. O mineral de fato interfere na multiplicação viral dos agentes que geram a gripe. Em um estudo de 2011, pessoas que ficaram gripadas e receberam zinco, ficaram menos tempo doentes, com menos sintomas comparado com as pessoas que não tomaram.

Vitamina E: o excesso é associado ao câncer

O antioxidante mais famoso entre as vitaminas é a Vitamina E. Ela se popularizou em diversos países e culturas como sendo preventiva do câncer. Mas, um grande estudo de 2011 com 36.000 homens mostrou que o risco de próstata era bem maior em quem tomava Vitamina E.

Outro estudo de 2005 ligou altas doses de Vitamina E com maior risco de morte. Alimentos como espinafre fornece a você ótimas quantidades do nutriente sem precisar suplementar com cápsulas. Verduras escuras em geral possuem boas quantidades.

Ácido fólico: importante se estiver grávida ou quer engravidar

O ácido fólico é uma das vitaminas do complexo B, usado pelo corpo para gerar novas células. O Instituto Nacional de Saúde dos EUA recomenda que mulheres grávidas ou que queiram engravidar tomem 400 mcg (microgramas) de ácido fólico todos os dias – isso porque o corpo exige mais desse nutriente quando a mulher está grávida.

Vários estudos de grande porte associaram a suplementação de ácido fólico antes e durante a gestação mostrando reduzidas taxas de problemas no cérebro e defeitos congênitos graves nos fetos.

Observação: Os dados deste conteúdo são baseados em fontes de pesquisas científicas. Todos os estudos científicos estão com seus respectivos links ao longo da matéria. Não abandone seu tratamento médico ou nutricional. Toda e qualquer decisão deve ser tomada em conjunto com seu médico e/ou profissional da saúde. As informações são a título de divulgação de estudos científicos publicados. 

Fonte(s): Science Alert Imagens: Reprodução / Shutterstock

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