As “pílulas de beleza” realmente funcionam?

de Merelyn Cerqueira 0

Você já deve ter visto em farmácias ou outros pontos de venda as chamadas ‘pílulas de beleza’, que nada mais são do que suplementos que prometem efeitos positivos na pele.

Podem ser feitas à base de colágeno, vitamina C, ômega 3 e muito mais. Contudo, especialistas alertam que esse tipo de produto nem sempre é eficaz e que a “dosagem perfeita” é muito relativa, segundo informações do jornal Daily Mail.

De acordo com a jornalista e médica Thea Jourdan, do The Hippocratic Post, o mercado de produtos antienvelhecimento está crescendo bastante, mas não faz sentido esperar que uma pílula faça milagres no reflexo do espelho. Ela lembra que todas essas pílulas contêm ingredientes ativos que são considerados interessantes para a pele. No entanto, alguns deles são completamente inúteis: o colágeno, por exemplo, não funciona quando ingerido via oral, uma vez que é incapaz de sobreviver ao processo digestivo.

Outros, porém, podem surpreender, como o licopeno, por exemplo. Logo, as pílulas que contém esse ativo podem ser consideradas eficazes de fato. Mas, há de se considerar que os especialistas não conseguem entrar em acordo sobre a dosagem, sendo assim, a quantidade ideal é muito variável.

Vitamina C

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Esse poderoso antioxidante é conhecido por ajudar a proteger a pele e promover a produção de colágeno. Contudo, há uma discussão sobre qual quantidade um comprimido deva ter para que ele possa fazer efeito. De acordo com o dermatologista Dr. Thomas Ha, consultor atuante em Cambridge, “a vitamina C pode ser muito instável e se quebrar facilmente, por exemplo, quando é exposta à luz violeta”. Logo, ela precisaria de um estabilizador, como a vitamina E, e é por isso que sempre vemos essas duas vitaminas juntas. Acredita-se que tomar cerca de 500 a 1.000 miligramas de vitamina C possa ajudar a proteger a pele dos danos dos raios UV prejudiciais”, disse ele.

Óleos e proteínas de peixe

O ômega 3 é um ácido graxo essencial e um dos suplementos de saúde mais populares. Ele é vital para o funcionamento eficaz de todas as células do corpo, incluindo as da pele. Esse tipo de ácido não é produzido pelo corpo e por isso precisa ser consumido por meio da dieta. Ele é capaz de manter o trabalho da membrana das células otimizado, permitindo que os detritos sejam eliminados antes da entrada dos nutrientes. Há quem diga que os óleos de peixe ajudem a aumentar os níveis de colágeno na pele, o que não foi comprovado.

Vitamina D

A vitamina D é produzida pelo corpo na presença da luz solar, mas muita gente costuma sofrer com a deficiência dela. Em um estudo realizado por pesquisadores do Kings College London, descobriu-se que indivíduos que possuíam níveis elevados de vitamina D eram propensos a envelhecer mais lentamente. 

Os médicos recomendam que as pessoas, especialmente as que vivem em regiões mais frias, consumam entre 400 a 1.000 mg de vitamina D, especialmente no inverno. Contudo, é relevante lembrar que a vitamina D3 precisa ser administrada com cuidado. Devido a sua capacidade de reduzir a inflamação da pele, ela também é capaz de acelerar os efeitos do envelhecimento.

Antioxidantes

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Os antioxidantes são substâncias potentes que ajudam a retirar os radicais livres prejudiciais do sangue e, portanto, reduzem o envelhecimento precoce e a aparência das rugas. 

O licopeno, encontrado no tomate, é considerado um dos antioxidantes mais promissores para a pele, apesar de alguns especialistas ainda não concordarem sobre seus efeitos de rejuvenescimento. A administração de 14 miligramas de licopeno três vezes ao dia tem se mostrado eficaz na redução dos danos causados pelo Sol. – Quanto aos suplementos mais controversos:

Ácido hialurônico

Este poderoso umectante, que atrai e mantem a umidade da pele, é usado em uma série de cremes tópicos e suplementos. A maioria dos especialistas concorda que, quando tomado por via oral, o ácido hialurônico não pode ser facilmente absorvido pelo organismo. De acordo com o dermatologista Dr. Nicholas Lowe, que atua em Londres, “não há valores comprovados do ácido quando tomado por via oral”.

Colágeno

De acordo com Dr. Thomas Há, as pílulas de colágeno são completamente ineficazes. “Quando o colágeno, que ajuda a manter a elasticidade da pele, é quebrado no estômago e intestino, ele nunca será capaz de chegar à pele”, disse.

Vitamina A

A vitamina A, em diversas formas, é conhecida por ajudar a aumentar a capacidade da pele de produzir seu próprio colágeno. No entanto, quando tomada como suplemento oral, pode causar uma série de efeitos secundários ou pode ser tóxica para o fígado e até mesmo para o cérebro. Os níveis seguros de vitamina A variam de acordo com a idade, e mulheres grávidas não devem tomar esse tipo de suplemento – ou qualquer outro – já que pode prejudicar o desenvolvimento do bebê, de acordo com as informações do artigo de Thea Jourdan no The Hippocratic Post.

[ Fonte: Daily Mail ]

[ Fotos: Reprodução / Pixabay / Pixabay / Flickr ]

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