Enorme tempestade solar em 2024 pode derrubar a internet em todo o mundo por meses, alerta grupo de cientistas

Embora o fenômeno tenha acontecido anteriormente em 1859, desta vez, pode provocar danos mais severos devido à maior dependência econômica da conectividade

de Redação Jornal Ciência 0

Cientistas estão em alerta devido à ameaça de uma supertempestade solar, um fenômeno que poderia desencadear o que eles chamam de “apocalipse digital”, afetando a conectividade global por semanas ou vários meses.

O aviso alarmante é de uma equipe de cientistas liderada pelo renomado pesquisador Peter Becker, da Universidade George Mason, em estreita colaboração com o Laboratório de Pesquisa Naval, nos EUA.

A temida supertempestade solar é um fenômeno desencadeado por explosões solares que lançam enormes quantidades de massa coronal (EMC) em direção à Terra.

“Estamos falando de erupções de plasma e radiação magnética que não apenas alteram, mas podem distorcer completamente nosso campo magnético terrestre”, explicou Becker em uma entrevista à FOX News.

Impactos na tecnologia moderna

Quando a EMC atinge o campo magnético da Terra, ela tem o potencial de provocar tempestades geomagnéticas massivas. Essas tempestades podem interromper tudo, desde comunicações via satélite até redes elétricas essenciais.

“Imagine um mundo onde satélites, GPS e, o mais crítico, a internet, falham simultaneamente. Estamos olhando para um colapso da infraestrutura digital como nunca vimos antes”, disse Becker durante a entrevista.

Evento já ocorreu antes

Relembrando o histórico Evento de Carrington, de 1859, Becker comenta que faíscas voaram das linhas telegráficas e os operadores foram literalmente eletrocutados quando o Sol emitiu uma grande massa coronal nesse episódio.

“No Evento de Carrington, faíscas literalmente voaram das linhas telegráficas. Alguns operadores foram eletrocutados, porque os fios carregavam alta tensão. Isso não deveria acontecer, mas as variações do campo magnético tornaram-se tão fortes que quase viraram um gerador. Agora, a EMC poderia realmente fritar os sistemas por várias semanas a meses, e toda a infraestrutura vai precisar ser reparada”, ressaltou o cientista, tentando alertar para as consequências.

Becker e sua equipe estão desenvolvendo um sistema de alerta precoce para dar aos cientistas um aviso de pelo menos 18 horas antes que as partículas da tempestade solar comecem a afetar a Terra. “Esse sistema de alerta é nossa melhor chance de mitigar o desastre iminente”, disse ele, destacando a urgência da situação.

Além do sistema de alerta, Becker sublinhou a necessidade de “fortalecer a internet” para protegê-la a longo prazo. Ele reconhece que investir nessa prevenção é um desafio econômico colossal a nível global, mas foi enfático ao explicar que “sem essa proteção, estamos vulneráveis a um nível de destruição que pode mergulhar o mundo em uma recessão sem precedentes”.

O cenário que Becker e sua equipe delinearam é um lembrete severo da fragilidade da nossa infraestrutura tecnológica diante dos eventos naturais. Com o pico do ciclo solar previsto para 2024, há uma chance real de massas coronais afetarem gravemente os meios de comunicação, sistemas elétricos, incluindo aparelhos eletrônicos e a internet.

Além disso, existe uma estimativa de 10% de probabilidade ainda pior de uma tempestade solar de grande magnitude a partir de 2030. Os cientistas são enfáticos ao explicar que a humanidade deve se preparar para proteger sua infraestrutura tecnológica contra uma ameaça solar que poderia redefinir a vida como a conhecemos. 

Fonte(s): Futurism / NASA / Wall Street Journal / Fox Weather Foto(s): Reprodução / Tech Protect Bag

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