Diamantes podem ajudar os cientistas na luta contra o câncer em estágio inicial

de Bruno Rizzato 0

Físicos da Universidade de Sydney, na Austrália, desenvolveram uma maneira de usar nanodiamantes sintéticos para controlar e combater formas de câncer em estágio inicial, antes de se tornarem fatais.

Sabíamos que nanodiamantes eram interessantes na a entrega de drogas durante a quimioterapia, porque eles são, em grande parte, não tóxicos e não reativos”, disse um membro da equipe, David Reilly. “Pensamos que poderíamos trabalhar com essas propriedades, percebendo que os diamantes têm características magnéticas que lhes permitem agir como balizas em exames de ressonância magnética. Nós efetivamente transformamos um problema farmacêutico em um problema de Física”, acrescentou.

Embora medicamentos para detectar o câncer já existam há algum tempo, é difícil os médicos saberem exatamente em que lugar do corpo de um paciente o tratamento deve ocorrer sem a utilização de biópsias invasivas, que têm uma série de limitações. Os nanodiamantes resolvem esse problema, sendo facilmente visíveis em ressonância magnética (MRI). As pedras sintéticas são hiperpolarizadas, efetivamente sendo transformadas em pequenas balizas que mostram sua localização durante um exame.

Por si só não podem ser muito úteis, mas uma vez que os nanodiamantes são fundidos aos medicamentos especializados em detectar o câncer, a situação se inverte. “Ao ligar diamantes hiperpolarizados a moléculas localizadoras de cânceres, a técnica pode permitir o rastreamento do movimento das moléculas no corpo”, disse Ewa Rej, autora principal.

Em outras palavras, uma vez que o duplo golpe de diamantes e drogas é injetado no corpo, você efetivamente tem uma medicação que revela onde o câncer está sem a necessidade de cirurgias ou biópsias. O próximo passo dos pesquisadores é testar os nanodiamantes em ratos, com a esperança de que, finalmente, o tratamento possa ajudar a combater o câncer humano, difícil de ser detectado nas fases iniciais, incluindo o câncer cerebral e o pancreático.

Esse é um grande exemplo de como a investigação da Física Quântica lida com problemas do mundo real, nesse caso, abrindo o caminho para a identificação de cânceres e sabendo seu destino muito antes que se tornem um risco para a vida”, concluiu Reilly, na pesquisa publicada na Nature Communications.

[ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / Ewa Rej / The University of Sydney ]

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