Cuidado! Energéticos são mais perigosos do que outros cafeinados e podem elevar a pressão arterial em apenas 2 horas, sugere estudo

de Merelyn Cerqueira 0

 Um estudo descobriu que consumir quatro latas de bebidas energéticas por dia resultou em alterações anormais na pressão arterial e ritmo cardíaco em apenas duas horas.

Ainda, os pesquisadores verificaram que pouco menos de um litro da bebida resultou em profundas mudanças na atividade elétrica do coração e pressão sanguínea. Com informações do Daily Mail.   

As bebidas energéticas estudadas apresentaram uma concentração de 108 gramas de açúcar – cerca de 27 colheres de chá – e 320 mg de cafeína, algo muito próximo do limite diário recomendado. Também foram encontradas substâncias “naturais” como taurina, ginseng e carnitina. 

Os pesquisadores observaram que o impacto no coração foi significativamente maior do que consumir o mesmo volume de uma bebida contendo o equivalente de cafeína, mas sem açúcar ou outras substâncias.  

“Decidimos estudar o impacto potencial da saúde do coração, porque pesquisas anteriores mostraram que 75% dos militares consumiam bebidas energéticas”, disse a pesquisadora Emily Fletcher, do Centro Médico da Força Aérea dos Estados Unidos. 

Sua equipe, cujas descobertas foram publicadas no Journal of the American Heart Association, mostrou que existem mais de 500 tipos de bebidas energéticas no mercado. Considerando que as bebidas foram relacionadas a uma série de visitas a alas de emergência de hospitais, elas têm suscitado muitas perguntas relacionadas à segurança de consumo. 

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Para o estudo os pesquisadores acompanharam 18 jovens participantes que foram divididos em aleatoriamente em dois grupos.

O primeiro recebeu 946 ml de bebida energética, enquanto o segundo, uma bebida de controle contendo 320 mg de cafeína, 40 ml de suco de limão e 140 ml de xarope de cereja em água gaseificada. Então, os pesquisadores mediram a atividade elétrica do coração dos voluntários por meio de eletrocardiogramas, bem como pressão sanguínea no início do estudo e outras vezes após 24 horas após o consumo das bebidas.

Eles descobriram que, quando comparado ao grupo da cafeína, os participantes que beberam energético apresentaram sinais de que o coração “pausava” por mais de 10 milissegundos entre as batidas.

“É a pausa do final do impulso elétrico que faz com que o coração passe para um próximo impulso”, disse Dr.ª Fletcher. “Se este intervalo de tempo, que é medido em milissegundos, é muito curto ou muito longo, pode fazer o coração bater de forma anormal, e a arritmia resultante pode ser fatal”.  

Ela afirmou que existem alguns medicamentos que provocam uma pausa de apenas seis milissegundos, e tais efeitos são impressos em suas embalagens ou bulas para que os consumidores estejam cientes dos perigos.

No entanto, as bebidas energéticas, que demonstraram ter um efeito ainda maior, não o fazem. Fletcher acrescentou que os participantes que beberam energéticos ainda apresentaram pressões arteriais ligeiramente elevadas até seis horas depois do consumo.  

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“Isso sugere que ingredientes diferentes da cafeína podem ter alguns efeitos na alteração da pressão sanguínea, mas isso ainda precisa ser melhor avaliado”, disse. Contudo, e conforme a própria cientista admitiu, este é um estudo pequeno, realizado em uma amostra reduzida de pessoas, portanto, pesquisas adicionais ainda são necessárias para confirmar estes resultados.  

Para Gavin Partington, diretor geral da British Soft Drinks Association, a cafeína das bebidas energéticas não é diferente da encontrada no café.

“Então, essas descobertas são um pouco estranhas”, acrescentou. “Também vale a pena lembrar que os cafés das lojas de redes mais populares contêm a mesma quantidade ou mais de cafeína do que a maioria das bebidas energéticas”, concluiu ele.

Fonte: DailyMail Fotos: Reprodução / Flickr / Pixabay

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