Inteligência Artificial descobre rara síndrome no coração de atleta de 15 anos no DF e salva sua vida

O sistema é chamado de Kardia e ajuda nas análises e interpretações de exames cardíacos

de Redação Jornal Ciência 0

Keiton Victor de Araújo Silva, de 15 anos, foi parar no pronto-socorro em março deste ano, com palpitações. Ele pratica basquete desde os 12 anos e, foi durante um treino que apresentou sensação de dor de cabeça e gripe.

O jovem não possuía histórico de problemas cardíacos que pudessem explicar sua taquicardia e outros sintomas, mas através da Inteligência Artificial (IA) os médicos conseguiram esclarecer o enigma clínico.

Keiton Victor. Foto: Arquivo Pessoal

Keiton foi diagnosticado com Síndrome de Wolff-Parkinson-White e isso só foi possível através de análise médica do eletrocardiograma em conjunto com o Kardia — programa de Inteligência Artificial que processa exames usando uma base de dados e destaca pontos de atenção para o médico que emitirá o laudo.

Em suma, o sistema funciona como um “marca-texto”, destacando aspectos relevantes dos exames que talvez possam não ser percebidos em uma leitura médica rápida. 

Isso ajuda profissionais a focarem mais atenção em pequenos detalhes. Keiton ultrapassava 300 batimentos por minutos durante alguns picos de pressão.

Em casos como este, a Inteligência Artificial torna-se essencialmente importante, especialmente em casos de doenças raras, onde muitos médicos ainda não tiveram contato com elas, dificultando o rápido diagnóstico em situações estressantes como no pronto-socorro.

O que é a Síndrome de Wolff-Parkinson-White?

A doença é causada por uma malformação congênita que afeta o desempenho do coração. Isso “obriga” o órgão a trabalhar de forma desigual.

Ou seja, em determinadas situações o coração trabalha excessivamente rápido; em outras, excessivamente lento.

Isso é causado por uma interferência elétrica que afeta seu funcionamento. É como se o coração tivesse um “fio extra no sistema elétrico”.

A Síndrome de Wolff-Parkinson-White deixa o paciente com maiores riscos de morte súbita ou infartos. Isso dependente da gravidade apresentada.

Em casos não tão graves, os principais sintomas incluem palpitações, sensação de que o coração bate rápido demais, fraqueza, dificuldades respiratórias, dor no peito, cansaço, fadiga e desmaios.

Uma das recomendações médicas para pessoas com a doença é não praticar atividades físicas, o que impacta diretamente Keiton que praticava basquete há 3 anos.

O diagnóstico precoce através da ajuda da Inteligência Artificial foi crucial para traçar uma estratégia de tratamento, evitando complicações graves futuras.

Em 29 de junho, Keiton passou por intervenção cirúrgica e corrigiu o problema nas estruturas do coração. O procedimento foi bem-sucedido.

Fonte(s): Rede D’Or Imagem de Capa: Reprodução / Redes Socias e Arquivo Pessoa

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