Uma bebida energética conhecida como Power Natural High Energy Drink SX foi proibida na Zâmbia após testes mostrarem que ela estava contaminada como citrato de sildenafila – um medicamento mais conhecido como Viagra, que é produzido pelo laboratório Pfizer.
Há alguns meses, a Autoridade Nacional de Medicamentos de Uganda deu início a uma investigação relacionada à bebida energética depois que um homem se queixou de ter sofrido transpiração constante e uma ereção de quase seis horas após bebê-la.
Ereções de tanto tempo são conhecidas clinicamente como priapismo, e após algumas horas, o paciente pode sofrer necrose no órgão se não buscar ajuda em um hospital de emergência para drenar o sangue dos corpos cavernosos.
Amostras foram enviadas para países africanos vizinhos, de modo que os resultados foram confirmados, dando positivos para a presença de Viagra em todas as amostras.
“Os resultados do Zimbábue e da África do Sul se correlacionaram com os obtidos no Foods and Drugs Laboratory, que indicou uma presença positiva de citrato de sildenafila”, disse uma declaração das autoridades zambianas citada pelo site Science Alert.
“Os níveis de citrato de sildenafila encontrados nas amostras variaram de 68,5 mg a 71,3 mg por 250 ml da bebida. No entanto, as amostras de matérias-primas testadas foram negativas para citrato de sildenafila, confirmando assim a alegada adulteração”, informou o comunicado.
De acordo com o site oficial do medicamento Viagra, a dose média recomendada é de 50 mg, podendo variar entre 25 mg e 100 mg no máximo, por dia.
O citrato de sildenafil é um medicamento que demonstrou ter efeitos interessantes sobre a saúde, incluindo a redução do risco de câncer colorretal, além de outras aplicações na medicina. No entanto, seu principal uso é no combate da disfunção erétil.
Contudo, por se tratar de uma droga, também vem acompanhada de efeito colateral, que pode incluir dores de cabeça e ereções prolongadas, caso a quantidade consumida não seja verificada por um profissional da saúde.
Conforme relatado pela agência de notícias Reuters, as autoridades da Zâmbia ordenaram que o fabricante retirasse o lote contaminado dos mercados e suspendesse a produção.
No entanto, de acordo com a BBC, o problema é que as bebidas não são vendidas apenas em supermercados, mas também entre vendedores ambulantes. Ainda, depois que a informação da adulteração foi tornada pública, a popularidade dela aumentou.
Embora as pessoas estejam animadas com o ingrediente adicional do energético, elas devem estar cientes dos possíveis efeitos colaterais, que podem incluir o priapismo, perda da visão e da audição de forma súbita, aumento da pressão intraocular, arritmias e até mesmo ataque cardíaco.