Cientistas descobrem uma possível relação entre poluição do ar e obesidade

de Merelyn Cerqueira 0

Cientistas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, descobriram uma nova razão para que os governos invistam mais na redução da poluição do ar nas cidades grandes.

Respirar esse ar poluído pode estar fazendo muito mais do que prejudicar pulmões, ele também pode ser responsável pelo aumento de peso, de acordo com um estudo publicado pelo Journal of the Federation of American Societies for Experimental Biology.

O estudo observou que ratos – entre eles ratas grávidas – deixados para respirar a poluição de Pequim por três semanas ganharam mais peso do que os que receberam ar limpo, embora tenham sido alimentados com a mesma dieta. Sendo assim, o resultado sugere que a poluição poderia estar alterando o metabolismo do corpo para que ele armazene gordura de uma maneira diferente e poderia explicar o porquê de as nações mais desenvolvidas – submetidas à rápida industrialização – estão sofrendo com uma crise de obesidade.

A maioria das pesquisas sobre obesidade é centrada sobre as consequências que a dieta e falta de exercícios podem ter sobre um organismo. No entanto, essa nova descoberta sugere que outros aspectos também sejam relevantes quando o assunto é ganho de peso.

De acordo com Dr. Zhang, especialista em saúde global e ambiental na Universidade de Duke, que liderou a pesquisa, a poluição é conhecida por aumentar os níveis de inflamação no corpo. “Uma vez que a inflamação crônica é reconhecida como um fator que contribui para a obesidade e doenças metabólicas, como diabetes, nossos resultados fornecem evidências claras de que a exposição crônica à poluição do ar aumenta o risco de desenvolver obesidade”, disse ele.

Para os cientistas, pequenas partículas de fuligem, conhecidas como PM2.5s, podem ser capazes de atravessar a corrente sanguínea a partir dos pulmões. Outros aspectos da poluição, incluindo o dióxido de nitrogênio também estão associados a um aumento em casos de inflamações, que podem evoluir para uma variedade de doenças, incluindo danos ao sistema cardiovascular e endurecimento dos vasos sanguíneos, por aumentar a maneira como o metabolismo do corpo funciona. Além disso, quanto maior o tempo de exposição, maiores e mais doentes os ratos ficavam.

O resultado desse estudo vem em meio a uma crise global relacionada aos danos no meio ambiente e à crescente preocupação das autoridades chinesas sobre os níveis de poluição em suas principais cidades. Contudo, se traduzidos e verificados em seres humanos, esses resultados apontam uma urgência na necessidade de reduzir a poluição no ar, dada a crescente crise de obesidade no mundo.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Wikipédia ]

Jornal Ciência