Muitas pessoas sabem que Sigmund Freud, o pai da psicanálise, tinha um fascínio pela cocaína e abusou dessa droga por muitos anos.
Para explicar melhor esse fato, Howard Markel, um amigo de longa data de Freud e professor da História da Medicina na Universidade de Michigan, escreveu um livro chamado “An Anatomy of Addiction: Sigmund Freud, William Halsted and the Miracle Drug Cocaine”, que conta os detalhes de seu envolvimento com a droga.
Confira agora 3 fatos que se destacam no livro sobre esse conturbado tema:
1 – Uso próprio
Freud pesquisou muito sobre a cocaína para fazer o uso da droga. Ele fez isso para saber exatamente como a droga funcionaria no seu organismo. Ele chegou a prescrever a droga para amigos, colegas, familiares e até sua noiva, Martha. Markel escreveu esse trecho em seu livro:
“Durante o período de várias semanas, Sigmund Freud engoliu dezenas de cápsulas de cocaína em doses que variam de 0,05 a 0,10 gramas.
A partir dessas experiências que ele próprio teve, foi capaz de compor um relatório preciso dos efeitos imediatos que a droga exerce sobre o ser humano”.
2 – Ajuda para a Medicina
Freud escreveu em junho de 1884 uma análise intitulada “Über Coca”,uma descrição científica sobre os efeitos e consequências da cocaína.
Esta é a primeira grande publicação médica de Freud, e segundo Markel, a análise é muito bem redigida, sendo que Freud incorporou seus próprios sentimentos e sensações.
Sem deixar de mencionar que a cocaína é extremamente viciante, Freud diz que a droga pode ser boa no combate no abuso de álcool. Mas, mesmo sendo uma boa análise, esse estudo não rendeu elogios por parte da comunidade médica.
No livro, Markel escreveu: “As informações precisas sobre o uso da droga, tanto antes quanto depois dessa data, podem estar entre os segredos de Sigmund. A ausência de provas nem sempre significa evidências. No final, nós provavelmente nunca vamos realmente saber”.
3 – Início do uso
Freud passou a usar e estudar a cocaína para ajudar um amigo, Dr. Ernst von Fleischl-Marxow,a se livrar do vício em morfina.
Esse amigo, que também era médico, havia sofrido uma amputação e precisava de algo para amenizar as dores constantes.
Freud acreditava que a cocaína podia ser a solução para este caso. Mas, no final do experimento, os dois acabaram viciados em cocaína e este tipo de tratamento foi descartado pela comunidade médica.
Fonte: Psych Centra Fotos: Reprodução / Psych Central