Implantes mamários causam forma rara de câncer após 9 mulheres morreram de doença ligada ao silicone

de Gustavo Teixera 0

Os implantes mamários podem causar uma forma de câncer rara e difícil de tratar. O FDA, órgão do governo dos Estados Unidos responsável pelo controle de alimentos, suplementos alimentares, medicamentos e cosméticos, confirmou a informação em uma atualização para suas diretrizes.

Essa notícia vem após a agência receber relatórios de 359 mulheres que alegam uma ligação entre os seus implantes e o diagnóstico de Linfoma Anaplásico de Células Grandes (ALCL), uma forma rara de linfoma. 

A atualização marca um triunfo para os pesquisadores médicos dos EUA, oito anos depois que a Organização Mundial de Saúde alertou pela primeira vez sobre a potencial ligação, embora não tenha sido “escutada” pela grande maioria das organizações. 

No ano passado, os pesquisadores franceses tornaram-se os primeiros a reconhecer o “elo claramente estabelecido“, ordenando que os fabricantes provassem a segurança de seus produtos ou enfrentassem a proibição. 

A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido ainda está analisando o relatórios francês e americano, e ainda não reconheceu o “vínculo claramente estabelecido”. Implantes de silicone são a segunda forma mais popular de cirurgia plástica nos EUA, com mais de 300.000 procedimentos realizados por ano.

Os pesquisadores asseguraram aos pacientes que o câncer é facilmente tratável se os implantes forem removidos. 


“Todas as informações até à data sugerem que as mulheres com implantes mamários têm um risco muito baixo, mas existe crescente possibilidade de desenvolver ALCL em comparação com as mulheres que não têm implantes mamários”, disse a FDA em um comunicado.


“A maioria dos casos de ALCL associado ao implante mamário é tratada por remoção do implante e da cápsula que rodeia o implante, alguns casos foram tratados por quimioterapia e radiação”, dizia o comunicado.

A agência disse que a atualização chegou em meio a um recente aumento de evidências circunstanciais mostrando uma ligação entre a doença e o implante. Os implantes mamários aprovados nos Estados Unidos podem ser preenchidos com solução salina ou com gel de silicone. Eles vêm em diferentes tamanhos e formas e têm superfícies lisas ou texturizadas. 

“Existem 231 relatórios que incluíram informações sobre a superfície do implante. Destes, 203 foram relatados como sendo implantes texturizados e 28 relatados como implantes lisos”, escreveram no comunicado.

Algumas pesquisas sugeriram que as bactérias presentes no invólucro externo durante a implantação levam a alterações no sistema imunológico que desencadeiam o câncer. No entanto, isso não é comprovado.

Na maioria dos casos de ALCL, as mulheres são tratadas com sucesso apenas com a cirurgia, mas a quimioterapia e a radioterapia também podem ser necessárias. 

Desde 2011 a Organização Mundial da Saúde e órgãos dos EUA emitiram alerta para os médicos, obrigando-os a relatar os casos que apareciam em seus consultórios. 

Fonte: Daily Mail Foto: Reprodução / Daily Mail

Jornal Ciência