Em 1º de janeiro de 2017 a Austrália se moverá quase 2 metros para o norte. Entenda!

de Merelyn Cerqueira 0

No primeiro dia do ano de 2017, toda a região da Austrália será projetada para o norte em até 1,8 metro. De acordo com informações da IFLScience, ocorrerá devido algumas mudanças nas placas tectônicas, e a Teoria da Deriva Continental tem um papel importante a desempenhar nesse imbróglio geográfico.

Segundo especialistas, a placa Australiana está se movendo cerca de 7 centímetros para o norte a cada ano. O acúmulo desse movimento ao longo das décadas produziu uma discrepância significativa nas coordenadas nos mapas e sistemas de navegação digitais usados por satélites. Atualmente, essa diferença equivale a um erro de 1,5 metro, o suficiente para causar problemas para qualquer sistema que utilize GPS, incluindo smartphones e veículos.

De acordo com Dan Jaksa, um membro da Geoscience Australia, “se você quiser utilizar carros sem motoristas, informações precisas de mapas são fundamentais”, disse em entrevista à BBC News. “Temos tratores na Austrália que andam pelas fazendas sem condutores, e se as informações das terras do local não se alinharem com as coordenadas dos sistemas de navegação, teremos problemas”.

Para evitar complicações, já que as coordenadas do país saltarão para o norte no próximo ano, em 2020 os sistemas serão atualizados. A marcha inexorável das placas tectônicas precisará ser acompanhada pelos ajustes, e ambas as coordenadas – analógicas e digitais – deverão ser igualadas pela primeira vez desde 1994, quando o sistema local foi atualizado pela última vez.

A Austrália foi anexada à Antártica há cerca de 85 milhões de anos atrás, permanecendo conectada a ela até um processo de separação que durou 45 milhões de anos. A placa Australiana então, fundiu-se com a Indiana para formar a placa Indo-Australiana, mas ambas se separaram em um período de 3 milhões de anos atrás.

Estima-se que em 50 milhões de anos a Austrália colidirá com a costa sudoeste da China, formando uma nova cadeia de montanhas. Será uma das primeiras peças de um “quebra-cabeças” que culminará na formação (hipotética) de um próximo supercontinente: a Pangeia Última. Tal formação será concluída dentro de 250 milhões de anos, de acordo com a Teoria da Deriva Continental – que pressupõe o movimento das massas continentais ao longo do tempo.

No entanto, até lá, é bem provável que nossa tecnologia sobre coordenadas geográficas tenha evoluído mais um pouco.

[ IFLS ] [ Foto: Reprodução / Wikipédia ]

Jornal Ciência