Alerta aos cardíacos: médicos falam sobre os perigos da duração da bateria de marca-passo

de Rafael Fernandes 0

Milhares de pacientes com marca-passos entram em risco de infecção grave devido a um escândalo da medicina. Especialistas advertem que os dispositivos têm bateria e elas se esgotam.

Os cardiologistas têm falado sobre marca-passos e outros dispositivos de coração com pilhas, dizendo que não há incentivo para as empresas produzirem aparelhos com uma bateria mais durável.

Como resultado, os pacientes serão forçados a voltar ao hospital para a substituição das baterias, ficando sob risco de infecção grave ou morte, disseram os especialistas.

Marca-passos enviam impulsos elétricos ao coração para mantê-lo batendo regularmente, salvando a vida de muitas pessoas e sua implantação é um dos procedimentos mais comuns de cirurgia de coração. A maioria das baterias de marca-passo dura cerca de 6 a 10 anos. A troca de baterias envolve a substituição da caixa do marca-passo com uma unidade nova, que é normalmente realizada com anestesia local, através de um corte na pele.

John Dean, médico-cardiologista no Royal Devon & Exeter Hospital, e Neil Sulke, cardiologista consultor do Eastbourne Hospital, alertam que muito mais precisa ser feito para aumentar a longevidade do dispositivo. Eles disseram que a substituição das baterias em marca-passos e desfibriladores cardioversores expõe os pacientes a “um perigo de complicações graves, incluindo a infecção com risco de morrerem”. E acrescentaram: “Mais da metade de todos os pacientes com marca-passos requer um procedimento de substituição, visto que as baterias já atingiram praticamente o limite esperado. A situação é pior para os usuários de um desfibrilador cardioversor, uma vez que os riscos de infecção no momento do implante e da substituição do dispositivo são mais elevados do que com marca-passos, e as baterias têm uma vida mais curta.”

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A dupla informou que as taxas de infecção variam muito, mas o risco comumente citado de 0,5% para novos implantes e de 1% a 5% para os procedimentos de substituição “pode ​estar errado”.

A infecção geralmente significa que todo o marca-passo ou desfibrilador precisa ser removido. “O atual modelo financeiro desencoraja o desenvolvimento de dispositivos de maior duração. O aumento da longevidade reduziria os lucros para os fabricantes, os implantes médicos e suas instituições. Com os desincentivos financeiros para os fabricantes e compradores, não é de surpreender que dispositivos de vida mais longa não existam.”

Mais de 90% dos pacientes optariam por um dispositivo maior e mais duradouro em comparação com um menor, que exigiria operações mais frequentes para trocar a bateria. Alguns dispositivos também são removidos cedo demais, antes que a bateria se esgote o suficiente, disseram os médicos.

Eles concluíram: “Há um apelo urgente para minimizar a necessidade de substituição desses dispositivos. Se isso for feito, salvará vidas, minimizará o sofrimento e reduzirá os custos.”

Fonte: Daily Mail Foto: Reprodução / Amis-pic-laperrine / Hypescience

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