“Túmulo sustentável” criado por italianos faz humanos virarem adubo para árvores

de Bruno Rizzato 0

Apesar de parecer um assunto macabro, a forma com a qual lidamos com cadáveres vem sendo muito discutida nos últimos anos, em diversos países. Cerimônias fúnebres e visitas em cemitérios podem ser reconfortantes a parentes, ajudando a lidar com a dor da perda. Porém, caixões ocupam muito espaço no meio ambiente e isso, definitivamente, não é uma prática sustentável, especialmente em uma população mundial que continua crescendo de modo desenfreado. A cremação é uma prática alternativa interessante, mas pode ser substituída por uma proposta revolucionária de tumbas em cápsulas biodegradáveis.

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Anna Citelli e Raoul Bretzel, designers italianos, estão por trás da “Capsula Mundi“, o projeto de tumba sustentável. Hipoteticamente, os corpos são inseridos em cápsulas biodegradáveis ​​e enterrados com uma semente para que árvores cresçam no solo. As árvores, ao longo do tempo, adquirem os nutrientes da cápsula em decomposição para facilitar seu crescimento, dando uma “nova vida” aos corpos. 

Em vez de um cemitério, dezenas de plantas e árvores poderiam ser usadas ​​para criar jardins verdes em forma de um “memorial”. Eles seriam melhores para o planeta e certamente menos deprimentes para quem fosse visitar. Talvez seja possível até identificar cada árvore para registrar a pessoa que ela representa.

Citelli e Bretzel não possuem uma data definida para que o projeto seja colocado em prática, mas pretendem conseguir investimentos para popularizar o projeto, já que a prática é mais barata do que as formas tradicionais de enterro. “Isso é incrível e realmente nos empurra para frente neste projeto. Este legado precioso é um presente que a pessoa falecida pode dar para a comunidade no futuro”, disse a dupla.

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É possível saber mais sobre o projeto no site da Capsula Mundi (www.capsulamundi.it), mas é importante ressaltar que a ideia não passa de um protótipo. É preciso saber se haverá interesse na produção das cápsulas e se a ideia será bem aceita pelas famílias. De qualquer forma, se quisermos preservar este planeta para os vivos, talvez devêssemos reconsiderar a forma como tratamos os mortos.

Fontes: Science Alert / Geek Fotos: Divulgação / Capsula Mundi

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