Suas fezes podem ter relação com o seu nível de gordura abdominal

de Julia Moretto 0

De acordo com um novo estudo, a diversidade de bactérias que vive dentro do seu intestino pode estar diretamente ligada ao nível de gordura em torno de seu corpo.



 

O resultado da análise, que foi publicado na Genome Biology, mostrou que o risco de obesidade de uma pessoa pode estar associado às bactérias do intestino que herdamos de nossos pais.

 

Pesquisadores da Faculdade Londres, no Reino Unido observaram micróbios fecais a partir das amostras de fezes de 1.313 voluntários, e comparou seis medidas de obesidade, incluindo índice de massa corporal (IMC), e as medidas de gordura corporal.

 

Ao analisaras estatísticasdas bactérias fecais,os pesquisadores notaram ligações fortes entre a diversidade microbiana e níveis de gordura visceral (a gordura que se acumula em torno da região abdominal). Os números apontaram que os níveis de gordura visceral eram “altamente hereditários” em uma amostra de 3.666 gêmeos, mesmo após o ajuste do IMC.

 



Este estudo mostrou uma ligação clara entre a diversidade de bactérias nas fezes, marcadores de obesidade e risco cardiovascular, especialmente para a gordura visceral“, comentou a pesquisadora Michelle Beaumont.

 

Os cientistas ainda não determinaram qualquer tipo de causalidade nos resultados, mas com níveis de gordura visceral excessiva associados à problemas cardíacos e outras doenças metabólicas, o melhor a fazer seria reduzi-los.



 

À medida que aprendemos mais sobre nossa flora interna, entendemos mais sobre seu papel na nossa saúde e como é importante mantê-la, seja para processar alimentos ou lutar contra doenças. Pesquisas anteriores apontaram que o nosso microbioma contribui para a Síndrome da Fadiga Crônica, Depressão e Ansiedade, além de oferecer maior risco de AVC.

 



Estudos anteriores demonstraram como transplantes fecais em ratos podiammodificar colônias de bactérias no estômago e eliminar certas superbactérias. Atualmente os cientistas estão testando a técnica em seres humanos através de comprimidos liofilizados de cocô, buscandoestimular o crescimento de um microbioma saudável.

 

Mas sobre a relação entre as bactérias do intestino e gordura da barriga, os pesquisadores reconhecem que ainda é cedo para afirmar algo. “Outras investigações científicas são necessárias para entender como precisamente os nossos micróbios do intestino podem influenciar a saúde humana“, disse Jordana Bell, membro da equipe. “Bem como se intervenções, tais como transplantes fecais, podem ter impactos seguros, benéficos e eficazes sobre esse processo“, completa.



[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ]

Jornal Ciência