Em 2012, Benjamin Hunt, um behaviorista veterinário Ph.D. e professor da Universidade da Califórnia, em Davis, nos EUA, publicou um estudo que pesquisou 3 mil donos de animais.
Sua pesquisa descobriu que 16% dos cães amostrados haviam comido suas próprias fezes, pelo menos, cinco vezes. Destes, quase todos tinham experimentado as fezes de outro cão.
Curiosamente, mais da metade dos cães analisados foram identificados como “comedores vorazes“. Hunt também percebeu que famílias com mais de um cão estavam mais propensas a encontrar o comportamento em seus animais, possivelmente porque seu quintal funcionaria como um “buffet fecal”.
De acordo com a análise, esse hábito canino provavelmente tem a ver com práticas maternas. “Os filhotes de cachorro não têm os reflexos necessários no nascimento para iniciar a micção ou a defecação por conta própria, e eles precisam de estímulos de sua mãe“, diz Nick Dodman, professor da Escola Cummings de Medicina Veterinária da Universidade Tufts, nos EUA.
A mãe lambe os traseiros de seus filhotes, come o que quer que eles produzem e também limpa seus dejetos da maneira que puder. “Os filhotes de cachorro vivenciam sua mãe comendo fezes. Para eles, é assim que funciona o mundo“, completou.
Enquanto alguns cães superam o comportamento, outros continuam com a prática, tipicamente preferindo fezes frescas. (No estudo de Hunt, o consumo era feito menos de 24 horas após a eliminação das fezes.) Dodman teoriza que dietas que são baixas em resíduo e tendem a produzir fezes mais suaves e saborosas e que a mudança para um menu de alta fibra pode gerar uma alteração. “A textura é completamente diferente. Em vez de um creme dental saboroso, é algo mais parecido com papelão“, disse.
Portanto, não é preciso impedir seu animal de consumir fezes alheias. “É como quando se tenta desistir de fumar cigarros, um vício“, diz Dodman. Curiosamente, de todos os animais analisados na pesquisa de Hunt, apenas o poodle não tinha o hábito escatológico.
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