Seu histórico privado na internet pode não ser tão seguro quanto você pensa

de Merelyn Cerqueira 0

Você certamente já deve ter utilizado ferramentas de navegação anônima para navegar por links que não quer marcados no seu histórico.

 

No entanto, pesquisadores das universidades de Stanford e Princeton, nos EUA, recentemente descobriram que o modo privado pode não ser tão seguro quanto se pensa. Em um estudo que será apresentado em uma conferência sobre internet na Austrália, eles sugerem que as redes sociais podem ser as verdadeiras culpadas, de acordo com informações do jornal Daily Mail.

 

O novo estudo mostra que é possível para as empresas na internet vincularem seu nome às suas atividades a partir de informações de redes e mídias sociais como Facebook e Twitter. A pesquisa em si levanta preocupações sobre a questão da privacidade online, juntamente com as maneiras que as empresas usam para aprender cada vez mais sobre os usuários na internet.

 

Nós mostramos que históricos de navegação podem ser ligados a perfis em redes sociais como contas do Twitter, Facebook ou Reddit”, escreveram eles no artigo que será apresentado em breve na World Wide Web Conference de 2017, em Perth, na Austrália.

 

Em teoria, o modo de privacidade de navegadores desabilita o histórico de navegação e cache da internet. Isso significa que um usuário pode navegar anonimamente sem armazenar dados locais que outrora poderiam ser recuperados por outra pessoa. No entanto, ainda é possível que os sites visitados sejam associados ao endereço IP de um servidor.

 

De acordo com o pesquisador Arvind Narayanan, professor assistente de Ciências da Computação em Princeton, empresas como Google e Facebook são capazes de rastrear usuários que navegam por esse método, e as informações adquiridas são divulgadas para terceiros.

 

Nós mostramos, teoricamente – por meio de simulação e por meio de experimentos sobre dados de usuários reais – que históricos de navegação anônima na web podem ser ligados a perfis de mídia social utilizando apenas dados disponíveis publicamente”, explicaram os pesquisadores. “Nossa abordagem é baseada em uma observação simples: cada pessoa tem uma rede social distinta, e, portanto, o conjunto de links que aparece no feed é único”.

 

Supondo que os usuários visitem links em seu feed com maior probabilidade do que um usuário aleatório, os históricos de navegação contêm marcas de sua identidade”, acrescentaram. Contudo, os pesquisadores assumem que o método utilizado para o estudo não é perfeito, uma vez que dependem dos feeds de mídia social mais vulneráveis. No entanto, ele de fato oferece um aviso preocupante sobre como a privacidade na internet pode ser violada.

 

Nós avaliamos essa estratégia em históricos de navegação simulados e mostramos que, levando em conta um histórico com 30 links provenientes do Twitter, pudemos deduzir o perfil do usuário correspondente em mais de 50% das vezes”, escreveram. Segundo eles, a taxa de sucesso foi ainda maior quando analisaram informações de 374 usuários voluntários, identificando-os em 70% das vezes.

 

Considerando que nosso ataque tentou encontrar um perfil correto no Twitter entre mais de 300 milhões de candidatos, essa é, a nosso ver, a maior escala de quebra de privacidade já demonstrada até o momento”, concluíram.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Pixabay ]

Jornal Ciência