Quando uma pessoa com fobia de sangue se depara com a fonte de seu medo é como se seu corpo antecipasse uma lesão: sua frequência cardíaca e pressão arterial caem e, por vezes, ocorre um desmaio. No entanto, este não é o caso para outras fobias, uma vez que a reação age exatamente de forma oposta. Mas por que será que isso acontece?
De acordo com um artigo publicado pela página SuperCurioso, quando enfrentamos um medo, o corpo tende a agir por meio do envio de sinais que fazem o coração disparar e a pressão arterial subir quase que instantaneamente. Este processo ocorre com quase todas as fobias (de aranha, palhaços, alturas e etc.), exceto por uma: a que envolve sangue.
Quando uma pessoa experimenta um medo irracional de modo exacerbado, esta ação é conhecida como reação fóbica. Basicamente, o cérebro traduz ela para o sistema nervoso simpático, aumentando a frequência cardíaca e pressão arterial, conforme dito anteriormente. Além destes sintomas, são sentidos tremores e transpiração excessiva. E tudo isso ocorre por um instinto de sobrevivência do cérebro, que interpreta a ameaça como séria e já prepara o corpo para um estado de alerta.
No entanto, diferente das outras fobias, na que envolve sangue não existe essa situação de alerta e o que ocorre é exatamente o contrário. Esse tipo de reação é chamado de resposta vasovagal, e só é acionada a partir do nervo vago do sistema nervoso parassimpático. Esse nervo então, de alguma forma, “enlouquece”, provocando uma queda na frequência cardíaca e pressão arterial, o que resulta em tonturas, sudorese, fraqueza e visão em túnel.
Agora, por que ocorre esse momento de fragilidade ao invés de alerta ainda é um mistério para a Ciência. Alguns especialistas sugerem que o desmaio pela visão do sangue é um vestígio evolutivo do instinto de morrer diante do perigo. Outros, no entanto, defendem que nossos antepassados, quando feridos, experimentavam quedas de pressão arterial que os ajudavam a manter a perda de sangue em um mínimo, algo que em essência garantiria um maior tempo de sobrevivência.
Apesar da incerteza em relação à causa, acredita-se que a fobia de sangue seja provavelmente genética. Estima-se que ela afete cerca de 3% a 4% da população em geral. Mas, felizmente, pode ser curada, conforme apontou um estudo de 1991 em que, após cinco sessões de terapia de exposição gradual à fobia, até 90% dos indivíduos deixaram de experimentar os sintomas.
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