Novo estudo sugere que o Universo pode se rasgar, acabando com qualquer tipo de vida

de Julia Moretto 0

Segundo os físicos, o fim do Universo deve ocorrer no mínimo daqui 2.8 bilhões de anos.

Mas esse fenômeno pode não ser tão simples. Cálculos mostraram que a energia escura poderia fazer com que o Universo se rasgue gradualmente. Um novo estudo mostrou uma análise mais aprofundada do que pode acontecer.

Não é a primeira vez que a possibilidade do Universo se rasgar foi apresentada. Nossa compreensão atual é que cerca de 68 por cento de sua energia é a energia escura – uma força misteriosa que está acelerando gradualmente a expansão do Universo. Com base nisso, a hipótese mais popular entre os cientistas sobre como o Universo vai acabar envolve nossas galáxias e estrelas se afastando, até que o Universo morra lentamente. Essa possibilidade é conhecida como a “Big Freeze”, uma “morte térmica” do Universo.

Mas, nas últimas duas décadas, os pesquisadores apresentaram uma outra possibilidade. E se a energia escura não se comportar da maneira que esperamos? Em vez de causar uma grande expansão do Universo, esse fenômeno pode acelerar ao longo do tempo, fazendo com que o Universo se despedace.

Esse cenário, chamado de “Big Rip“, exigiria que a energia escura se comportasse de uma forma que não previmos até agora, assumindo uma forma mais densa no decorrer da expansão do Universo. Porém, não é só porque nós nunca vimos energia escura se comportar desta maneira, que podemos descartar a hipótese. Até o momento, os cientistas não podem provar que essa ideia seja absurda.

Para obter uma melhor compreensão do que o “Big Rip” pode ​​parecer, uma equipe de pesquisadores da Universidade Técnica de Lisboa, em Portugal, estudou três versões possíveis: o Big Rip, o irmão pequeno do Big Rip e o Little Rip.

Todas essas opções são bastante semelhantes, mas diferem ligeiramente na forma como as coisas se separariam. Como os nomes sugerem, o Big Rip envolve o Universo se dividir muito abruptamente, enquanto as outras versões apresentam características que fazer com que as coisas aconteçam de forma mais gradual. “O que eles têm em comum é que a nossa galáxia seria dilacerada“, explica um dos pesquisadores, Mariam Bouhmadi-López.

A fim de ver qual destes três cenários seria mais provável, a equipe estudou o mapa com base nas observações do Wilkinson Microwave Anisotropy Probe e do satélite Planck. Eles procuraram áreas do Universo com variações na gravidade. Em algumas partes do Universo – como nossa galáxia – a matéria escura e a matéria normal são mais concentradas. Isso pode levar a inconsistências na gravidade e poderia afetar a energia escura.

Ao estudar esses aglomerados de matéria, a equipe foi capaz de ter uma ideia sobre qual tipo de Rip poderia colocar fim no Universo. A conclusão foi que o Little Rip – no qual o Universo se distanciaria lentamente – foi o escolhido entre os especialistas. É importante dizer que essa é apenas mais um possibilidade que os pesquisadores começaram a estudar.

Mas o mais interessante deste estudo é que a equipe colocou em evidência fatores que nos fazem ter uma ideia da direção que o Universo está caminhando. “Eles foram capazes de chegar a algumas observações que serão usadas no futuro“, contou Robert Scherrer, da Universidade Vanderbilt, um dos cientistas que criou a teoria do Little Rip, mas não estava envolvido no estudo.

E a boa notícia é que, mesmo se o Universo se dividir, nós temos um longo tempo nos preparar, já que o fenômeno deve acontecer em 100 bilhões de anos. Apenas no mês passado, os investigadores questionaram a expansão acelerada do Universo, mas novas análises estão sendo feitas para colocar fim nesse grande mistério.

[ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / Pixabay ] 

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