Maior estudo já feito sobre a genitália feminina confirma algo que era muito óbvio

de Merelyn Cerqueira 0

Por meio de um grande estudo publicado na revista de obstetrícia e ginecologia BJOG, uma equipe de médicos de um hospital suíço concluiu, após examinar as vulvas de 657 mulheres de todas as idades, que não há necessidade de se preocupar com a aparência da genitália.

Esta afirmação é particularmente importante devido a insegurança que predomina em mulheres de todo o mundo, segundo informações da IFLScience.

Em 2016, um estudo consultou 443 médicos da família na Austrália, concluindo que 97% deles tinham cuidado de pacientes que expressaram ansiedade sobre a “anormalidade” de seus órgãos genitais.

Ainda, de acordo com um relatório de 2017, feito pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética, o número de mulheres que se submeteram a procedimentos cirúrgicos, como a labioplastia, que visa rejuvenescer e refinar a aparência dos genitais, aumentou em 39% entre os anos de 2015 e 2016.

Embora a labioplastia tenha sido criada para corrigir problemas de pele que causam irritação pelo atrito com a roupa ou durante o sexo, na maioria das vezes, a cirurgia é feita em mulheres por questões puramente estéticas. Tal tendência parece ser alimentada pela indústria pornográfica ou pelas representações culturais do que seria a aparência “normal” do órgão feminino na sociedade.

De acordo com a autora do recente estudo, Anne Kreklau, o objetivo deste era fornecer à literatura médica uma referência mais diversa sobre a morfologia das vulvas de mulheres saudáveis.

Para isso, foram feitas medições detalhadas do tamanho e distância relativa entre todas as principais estruturas da genitália externa de voluntárias com idades entre 15 e 84 anos. Segundo a New Scientist, a investigação pode ser considerada a maior já feita sobre o assunto até os dias de hoje.

Os pesquisadores verificaram que fornecer um tamanho médio para o tamanho da vulva é praticamente inútil, uma vez que o alcance é muito amplo. O comprimento dos grandes lábios, por exemplo, foi mostrado para variar entre 1,2 cm a 18 cm. Já a abertura vaginal foi observada para variar entre 6 a 75 milímetros.

Entretanto, deve-se considerar que todas as voluntárias do estudo eram caucasianas, o que claramente define uma limitação, já que a população negra não foi estudada, tampouco a população asiática. 

Os resultados, no entanto, podem servir como referência para os médicos que buscam acalmar suas pacientes em relação a anatomia normal do órgão sexual feminino.

Fonte: IFL Science Fotos: Reprodução / Jornal Ciência

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