Nova descoberta abala crenças sobre a possível origem da Terra

Um novo estudo publicado recentemente na revista Nature, realizado pela respeitada cosmoquímica, Audrey Bouvier, da Western University, no Canadá, demonstrou que a Terra e outros objetos planetários formados nos primeiros anos do Sistema Solar partilharam origens químicas semelhantes.

Tal constatação entra em desacordo com a teoria que é aceita pela Ciência há décadas, segundo informações da Science Daily.

Bouvier, professora no Departamento de Ciências da Terra na Western Univesity, e detentora do título Canada Research Chair (CRC) concedido a alguns dos mestres mais notáveis, fez a descoberta em colaboração com Maud Boyet, do Laboratório Magmas e Vulcões da Universidade Blaise-Pascal, na França.

Com dados obtidos através de espectrometria de massa de ionização térmica, as pesquisadoras demonstraram que a Terra e outros objetos extraterrestres partilharam os mesmos níveis iniciais de neodímio-142 (Nd-142), um dos sete isótopos encontrados no elemento químico de mesmo nome.

Amplamente distribuído pela crosta terrestre,é comumente utilizado como ímã para a produção de microfones e fones de ouvido.

Em 2005, uma pequena variação de Nd-142 foi detectada entre condritos de 30 milhões de anos, considerados essenciais para a formação dos blocos de construção e rochas terrestres. Estes resultados foram amplamente interpretados como uma diferenciação precoce do interior da Terra, incluindo crosta e manto.

Como a Terra foi formada e quais tipos de materiais planetários foram utilizados, são questões que Já deixaram diversas gerações de cientistas confusas, de acordo com Bouvier.

“Essas novas medições isotópicas de meteoritos nos fornecem respostas interessantes sobre perguntas a respeito de nossas origens e o que fez da Terra um lugar tão especial”, disse.

Ao utilizar técnicas de medição melhoradas, Bouvier e Boyet deduziram que diferentes objetos meteóricos presentes no Sistema Solar possuíam elementos químicos como Neodímio e Samário (Sm), mas com composições isotópicas um pouco diferentes. 

Logo, tais variações em isótopos estáveis também sugerem que, em seus primeiros anos, o Sistema Solar não era uniforme e que os materiais formados durante gerações anteriores de estrelas foram adicionados em várias proporções nos blocos de construção dos planetas.

Em outras palavras, as cientistas demonstraram que essas diferenças já estavam presentes durante o desenvolvimento da Terra, refutando a ideia de que foram desenvolvidas mais tarde, como antes se acreditava.

Fonte: Science Daily Fotos: Reprodução / Science Daily / Astro Material