Mulher nota perda gradual de audição e descobre um tipo de tumor raríssimo

de Merelyn Cerqueira 0

Mãe de dois filhos, Isabel, de 13 anos e Jocelyn, de 9, Liz Kirtley, de 45 anos, acreditava estar perdendo a audição devido à idade.

A mulher resolveu procurar ajuda médica após notar que estava tendo dificuldades com um dos ouvidos. No entanto, o que parecia ser um simples problema, acabou sendo diagnosticado como um tumor de cerca de dois centímetros no lado esquerdo de seu cérebro, caracterizado como Neurinoma do Acústico.

Os médicos descobriram que o tumor de Liz, que estava localizado em uma região responsável pela audição e equilíbrio, estava crescendo alguns milímetros por ano, e mesmo sendo benigno (não canceroso) poderia causar algumas complicações se não tratado. “Eu não achava que seria algo para se preocupar, eu pensei que era apenas consequência da velhice”, afirmou ela em uma entrevista para o Daily Mail.

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Natural de Luton, Bedfordshire, na Inglaterra, Liz foi diagnosticada com Neurinoma do Acústico no final de 2014. Segundo a NHS, serviço nacional de saúde na Inglaterra, a doença, consiste no crescimento de um tumor não canceroso no cérebro, mais precisamente no nervo vestibular – um dos ramos do nervo vestibulococlear –  responsável por controlar a audição e o equilíbrio. Esse nervo, que fica próximo ao nervo fácil, carrega informações do cérebro para os músculos do rosto.

Os sintomas tendem a aparecer gradualmente e podem variar quanto à gravidade. Um pequeno neurinoma pode caracterizar uma perda de audição ou um certo “zumbido” no ouvido. Já os maiores, podem provocar visão turva, dores de cabeça, e problemas de coordenação em um dos lados do corpo. Ocasionalmente também podem provocar uma fraqueza muscular em um dos lados da face. Já nos casos mais raros, foram relatadas dificuldades em engolir e alterações na voz. Se não tratados, tendem a crescer, ocupando outras áreas do cérebro.

No caso de Liz, foram lhe dadas duas opções de tratamento: a primeira consistia em fazer uma cirurgia para a remoção do tumor ou passar por algumas sessões de radioterapia para reduzi-lo. Optando pelo procedimento da radioterapia – já que o processo de cirurgia iria levar cerca de 10 horas e exigiria muito mais tempo de recuperação – ela está recebendo sessões radioterápicas segmentadas que atingem diretamente o tumor.

Para que isso aconteça, os médicos de um hospital de Sheffield, precisam imobilizar completamente a cabeça da mulher, que já demonstra alguns sinais de danos nos nervos faciais. Durante o tratamento, seu crânio fica envolto em alguns pinos de metal, enquanto recebe uma dose de anestesia para aliviar o desconforto local.

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Os médicos pretendem monitorar o tumor, fazendo exames anuais, e a mulher espera que isso seja suficiente para o tratamento: “Se eu não fosse diagnosticada pelos médicos, ele provavelmente ainda estaria aqui, crescendo cada vez mais e, eventualmente, me matando. Isso porque não há muito espaço em uma cabeça, quero dizer, para um cérebro e um tumor”.

O neurinoma do acústico é muito raro, cerca de 20 pessoas em um milhão são diagnosticadas com ele. Apesar disso, segundo o Daily Mail, Liz ainda pretende sensibilizar e incentivar outras pessoas que possam estar passando por algo semelhante. Ela corre regularmente pela Maratona de Londres para o Brain Research Trust, que apoia o Instituto de pesquisa de Neurologia do University College London.  

[ Daily Mail / NHS ] [ Foto: Reprodução / Daily Mail ]

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