Chupetas, bicos de mamadeira e grama sintética podem estar associados ao risco de câncer

de Merelyn Cerqueira 0

De acordo com informações concluídas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o MBT (2-Mercaptobenzothiazole), utilizado na fabricação de borracha pode “provavelmente provocar câncer”.

No entanto, essa substância química é encontrada em praticamente tudo: chupetas para bebês, luvas de borrada, preservativos, cateteres médicos, palmilhas de borracha, toucas de natação, óculos de proteção e etc. Até mesmo a grama sintética, feita a partir de pneus reciclados, virou alvo de preocupação. De acordo com especialistas, essa grama pode estar carregada de mercúrio, arsênico e outros químicos tóxicos que podem comprometer a saúde dos jogadores.

No caso das gramas sintéticas, teme-se que os goleiros sejam as principais vítimas, porque eles podem engolir o material durante os mergulhos para as defesas, além disso, esse tipo de grama também pode ser perigoso em caso de contato com cortes e arranhões. Essa constatação pode ser observada em uma das vítimas: Lewis Maguire, 18 anos, que costumava jogar na posição de goleiro e que hoje possui Linfoma de Hodgkin, uma espécie de câncer no sistema imunológico.

Em uma pesquisa realizada pela OMS, cientistas analisaram a saúde de trabalhadores de uma empresa química galesa e descobriram a presença de casos de câncer de bexiga, intestino e no sangue que poderiam estar ligados à exposição ao MBT. No entanto, como os trabalhadores também foram expostos a outros químicos, era difícil ter certeza de que a culpa realmente era do MBT. Sendo assim, de acordo com um porta-voz da OMS, os trabalhadores de indústrias químicas e de borracha são as maiores vítimas e alvo de preocupações. O público, em geral, pode sim estar exposto a pequenas quantidades de MBT por contato na pele ou inalação do ar, no entanto, esse tipo de exposição ainda não foi estudado.

Porém, Tom Sorahan, um professor pela Universidade de Birmingham que realizou esse estudo com os trabalhadores, discorda. De acordo com ele, as grandes quantidades de MBT liberadas pelas fábricas podem ser perigosas, mas as pequenas quantidades encontradas em produtos diários não. “Eu duvido que o MBT seja um problema de saúde para a população em geral”, disse. “Os trabalhadores das fábricas sim precisam ser protegidos”, acrescentou.

Segundo um pesquisador britânico especialista em exposição química não identificado pela reportagem publicada pelo jornal inglês, o público não precisa se preocupar, pois, algumas informações passadas não eram susceptíveis de constituir uma ameaça. Além disso, a OMS afirmou não ter conhecimento da escala do risco. No entanto, ativistas alertam as pessoas para que verifiquem nas embalagens de produtos a presença do MBT antes de comprá-los.

* Imagem de capa meramente ilustrativa. Sua marca, logo, ou qualquer elemento que o identifique foi escondido por tarja, por não representar nenhuma indicação de produto específico a conter o MBT.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Internet ]

Jornal Ciência