Estudo afirma que nós perdemos a chance de deter mudanças climáticas

de Merelyn Cerqueira 0

De acordo com um estudo publicado na revista Nature, passamos do momento de não podermos mais impedir o aumento de 1,5°C da temperatura global.

A meta foi estabelecida pelos países que assinaram o acordo de Paris, em dezembro passado, mas agora não pode mais ser controlada. Agora, a corrida é para limitar os danos causados pelo aumento da temperatura, de até 2°C, em todo mundo, através da redução da troca de emissão de combustíveis fósseis por fontes de energias renováveis.

Os pesquisadores, liderados por uma equipe do Instituto Internacional para a Análise de Sistemas Aplicados (IASA), na Áustria, olharam para os compromissos apresentados pelos 195 países que assinaram o acordo de Paris, e calcularam o nível de aquecimento global a que estão susceptíveis.

Ao que tudo indica, estamos a caminho de um aumento de 2,3 – 3,1°C, na temperatura até o final do século, mas somente se as reduções previstas entre agora e 2030 continuem pelos próximos 70 anos. Dessa forma, as esperanças de limitar o aumento da temperatura em 1,5°C até 2100, parecem ter desaparecido.

Para seguir nesse caminho, seria necessário assumir medidas muito mais rigorosas a partir de 2030, o que levaria à redução das emissões em cerca de 3 a 4% ao ano e a nível mundial”, explicou um membro da equipe, Niklas Höhne da Universidade de Wageningen, na Holanda. “Mas, na prática, mudar para essas reduções rigorosas a partir de 2030, seria um verdadeiro desafio, e exigiria tempo”, adicionou. “Isso significa que, a fim de garantir a chance de atender a essas metas, precisaríamos de mais ações significativas desses países antes mesmo de 2030”.

A esperança agora é que os resultados do estudo funcionem como um aviso. Conforme apontado pelo Gizmodo, um aumento de 3°C nas temperaturas, seria o mesmo que o mar subisse em 6 metros acima do nível e ao longo de vários séculos, deixando milhões de pessoas desabrigadas.

O acordo de Paris, foi feito com a promessa de melhora até 2020. No entanto, de acordo com o novo estudo, essas melhorias seriam apenas “substanciais” em um cenário de aumento de mais de 2°C. Os pesquisadores também pediram aos países que fossem mais específicos acerca das metas de redução para os próximos anos – considerando que a promessa era reduzir 6 bilhões de toneladas de CO2, o que praticamente foi toda a quantidade de carbono emitido pelos EUA apenas em 2012. 

[ Foto: Reprodução / Wikipédia ]

Jornal Ciência