Um estudo apresentado no dia 13 de novembro durante a American Heart Association’s Scientific Sessions sugeriu que o uso de maconha pode dobrar os riscos para o desenvolvimento de Cardiomiopatia de Estresse, também conhecida como Síndrome do Coração Partido. Basicamente, a condição é caracterizada pelo enfraquecimento do músculo cardíaco, segundo informações da Science NewsA notícia pode vir como surpresa para os usuários, uma vez que dois terços deles acreditam que a droga não traz qualquer efeito duradouro para a saúde. No entanto, conforme mais países aprovam o uso recreativo, cientistas disseram ter renovado a urgência em aprender mais sobre os efeitos da maconha.

O enfraquecimento do músculo cardíaco frequentemente é causado por estresse agudo, como a morte de um ente querido – e por isso o nome de Síndrome do Coração Partido. No entanto, os pesquisadores do estudo relataram que pelo menos dois casos de cardiomiopatia de estresse descritos na literatura médica foram relacionados ao consumo da droga.

Só nos EUA, estima-se que cerca de 22 milhões de pessoas, sendo 38% destas estudantes universitários, afirmam usar regularmente a droga. Em um estudo divulgado este ano, feito com roedores, pesquisadores descobriam que apenas um minuto em exposição à fumaça da maconha pode prejudicar o revestimento interno do coração por um período de 90 minutos – considerado maior do que os efeitos do cigarro.

O estudo mais recente, apresentado no evento da American Heart Association e realizado por pesquisadores da Rede de Saúde Pública da Universidade de St. Luke, nos EUA, examinou a ocorrência de cardiomiopatia de estresse a partir de uma base de dados recolhida de hospitais no país. Eles encontraram um total de 33 mil internações relacionadas a condição entre os anos de 2003 e 2011. Destas, 210 foram associadas a usuários de maconha, que apresentaram um risco dobrado de desenvolvimento.

De acordo com Amitoj Singh, que liderou o estudo, os jovens estariam no maior grupo de risco enquanto a probabilidade de entrar em parada cardíaca, apesar de apresentarem menos fatores de risco cardiovascular.

Notavelmente, o número de cardiomiopatias associadas à maconha aumentou a cada ano estudado – de 17 casos em 2007 para 76 no ano de 2011.

Ainda, de acordo com Singh, devido à recente legalização da droga, que hoje é permitida em 25 dos 50 estados norte-americanos, o número de casos pode subir novamente.

[ Science News ] [ Foto: Reprodução / Flickr ]

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