Uma pesquisa publicada em 2015 no periódico online Autism Research, feita por cientistas da Escola de Medicina Osteoplástica da Rowan University (Rowan SOM) e da Faculdade de Medicina Rutgers New Jersey (NJMS), foi a primeira a denunciar uma relação entre o bisfenol A (BPA), um plastificante comum, ao transtorno do espectro do autista (TEA) em crianças.
O BPA é utilizado para uma variedade de recipientes plásticos, incluindo algumas mamadeiras. Com informações da Science Daily.
“Tem-se suspeitado há anos que o BPA está envolvido no autismo, mas não havia evidências diretas”, disse T. Peter Stein, da Rowan SOM e autor principal do estudo. “Nós mostramos que existe uma conexão. O metabolismo do BPA é diferente em algumas crianças com autismo em relação às crianças saudáveis”.
Os pesquisadores recrutaram e analisaram um grupo de 46 crianças com TEA e 52 saudáveis, por meio de amostras de urina. Foram encontrados muitos produtos químicos, incluindo o BPA, que se liga à produção de glicose no fígado, eliminando toxinas no corpo.
Foram realizadas também análises metabólicas a fim de detectar todos os produtos químicos da urina das crianças. Os pesquisadores encontraram um número médio de correlações estatisticamente significativas entre o BPA presente no grupo com TEA, que era aproximadamente três vezes maior.
“Outros estudos envolvendo ratos mostraram que o BPA funciona como um disruptor endócrino, mas o nosso é o primeiro a mostrar isso nos humanos e o primeiro a associá-lo ao autismo”, disse Stein. “As observações mostram que, para algumas crianças, houve uma relação entre o metabolismo intermediário, a capacidade de conjugar o BPA e os sintomas do autismo”.
Embora o estudo tenha sido feito em um grupo pequeno de amostras, o pesquisador garante que: “O ponto chave é que ele parece vincular BPA ao autismo e criar uma área aberta para novas pesquisas. Uma implicação do nosso estudo é que pode haver um benefício em reduzir a exposição ao BPA de mulheres grávidas e crianças com autismo”.
Como evitar a exposição ao BPA
Embora esteja presente em grande parte dos produtos plásticos que consumimos, é importante fazer um esforço para evitar a exposição ao bisfenol A. Logo, certifique-se de:
- – Evitar utensílios de cozinha feitos de plástico, optando sempre pelo vidro, porcelana e aço inoxidável;
- – Descartar utensílios plásticos degradados, lascados ou arranhados. Ainda, evite lavá-los com detergentes mais fortes ou colocá-los em máquinas de lavar louças;
- – Caso seja necessário o uso de embalagens plásticas, evite as com número 3e7, que indicam a presença de BPA em sua composição ;
- – Procure utilizar mamadeiras e outros produtos para bebês que indiquem ser livres de BPA;
- – Evite aquecer alimentos em recipientes plásticos no micro-ondas. O BPA é liberado em maiores quantidades quando o plástico é aquecido;
- – O mesmo ocorre quando o plástico é resfriado, portanto, evite colocar esses recipientes no freezer;
- – Evite o consumo de alimentos e bebidas enlatadas. O BPA também é utilizado como resina epóxi, no revestimento interno das latas.
Fonte: Science Daily / NCBI / Medical Xpress Foto: Reprodução / Pixabay