Você certamente já deve ter reparado que no canto de ambos os nossos olhos há uma pequena membrana cor de rosa.
Embora pareça algo insignificante, e considerando que são poucas as imagens de anatomia dos olhos que a mostram, esta “prega semilunar”, como é chamada, possui uma importante função para nossos olhos, conforme apontado pela biológica Karlla Patrícia, doutora em zoologia pela UFRJ, do Diário de Biologia.
Trata-se de uma pequena dobra da conjuntiva que serve para manter a drenagem da lágrima, regulando a umidade dos olhos. Além disso, ela auxilia o movimento do globo ocular, dando-lhe maior rotação.
A prega semilunar (também chamada de plica semilunar) nada mais é do que um produto da evolução humana, um vestígio remanescente da chamada membrana nictitante (terceira pálpebra), que atualmente está presente apenas em pássaros, répteis e peixes e funciona como uma proteção extra para a córnea.
Nos animais, ela é retrátil, translúcida e pode se estender de modo que consegue cobrir toda esta região do olho sem atrapalhar a visão – coisa que nós, humanos, já não temos mais essa capacidade.
Embora nos mamíferos tenha se tornado apenas um vestígio do passado, uma única espécie de primata, o Arctocebus calabarensis, ainda a possui como uma membrana nictitante.
Em um estudo publicado na revista Annals of Anatomy, pesquisadores analisaram a prega semilunar em diferentes estágios de vida do ser humano.
Os cientistas descobriram que, nos estágios iniciais do desenvolvimento embrionário, a estrutura cobre grande parte da órbita ocular.
Então, a medida que o feto se desenvolve, a membrana vai se afastando de modo que se instala no canto dos olhos.
Os pesquisadores observaram ainda que nela há uma grande quantidade de células imunológicas, o que sugere que ela possa ter alguma função conectada a proteção dos olhos.
Fonte: Diário de Biologia Foto: Reprodução / Diário de Biologia