Entre as expressões visuais que usamos para a comunicação não-verbal, há elementos como a linguagem corporal e expressões faciais.
Eles, geralmente, de forma voluntária e involuntária, representam muito bem como nos sentimos em relação uns aos outros. Contudo, e conforme relatado pela Scientific American, há uma coisa que fazemos, quando conhecemos novas pessoas, a qual não temos absolutamente nenhum controle – e na maioria das vezes nem percebemos. E ela acontece nos olhos – ou melhor dizendo, nas pupilas.
Pesquisadores holandeses realizaram um estudo de monitoramento de movimento dos olhos em 69 estudantes universitários. O objetivo era ver se os olhos representavam a chave para estabelecer um sentimento de confiança.
Aos participantes foram mostrados um curto vídeo que exibia o rosto de uma pessoa olhando diretamente para eles. Em seguida, era dada uma escolha (hipotética) para transferir ou não dinheiro para essa pessoa virtual. Dessa forma, os pesquisadores queriam analisar se os participantes julgavam a confiabilidade de alguém em um período muito curto de tempo.
Os resultados de rastreamento ocular mostraram que os estudantes praticamente imitavam o comportamento da pupila da pessoa virtual, contraindo e dilatando-a ao mesmo passo, ou então, ficando imóvel.
Curiosamente, os cientistas descobriram que os alunos que imitaram o comportamento dos olhos também se mostraram mais propensos a doar o dinheiro referido pela pessoa do vídeo. O que indica que o rastreamento da pupila desempenha um papel significativo em determinar a confiança em alguém.
Contudo, essa adoção de postura e características alheias não é inédita na comunicação. O mimetismo é comum em interações sociais. Estamos constantemente estabelecendo “rapports” (conceito psicológico que define uma técnica usada para criar uma espécie de ‘sincronização’ entre duas pessoas a fim de estabelecer laços de confiança), seja por meio de posturas, expressões faciais e até mesmo batimentos cardíacos. “Em relação as emoções, há um foco muito grande nas expressões faciais”, disse um dos pesquisadores. “Dado o fato de que nós gostamos de olhar nos olhos uns dos outros, acho que podemos aprender muito mais sobre as pupilas”.
Segundo os pesquisadores, ainda há muitas coisas não compreendidas sobre a interação humana e ensaios como esse podem prover informações vitais sobre ações que realizamos todos os dias, como engajar uma conversa. Só esperamos que essas novas teorias não acabem sendo utilizadas com a finalidade de manipulação, realizada constantemente pela publicidade.
[ Science Dump / Scientific American ] [ Foto: Reprodução / Science Dump ]