O maior “Sol artificial” do mundo acaba de ser ligado na Alemanha

de Julia Moretto 0

A Synlight é a maior coleção de projetores de filmes já montados numa única sala e agora os cientistas na Alemanha estão buscando transformá-lo em uma fonte de energia eficiente e renovável.

Esta experiência envolvendo o “maior sol artificial” do mundo está ocorrendo em Jülich, uma cidade localizada a 30 quilômetros a oeste de Colônia. Ele foi projetado por cientistas do Centre Aeroespacial Alemão (DLR).

O dispositivo possui 149 projetores de filme de grau industrial, em que cada um possui aproximadamente 4.000 vezes a potência da lâmpada média.

Quando este Sol artificial é ligado, gera uma luz cerca de 10.000 vezes mais intensa do que a luz solar natural na Terra. Girando as lâmpadas se concentram em um ponto, é possível produzir temperaturas de cerca de 3.500 graus Celsius – três vezes mais quente que o calor gerado por um alto-forno.

Que haja luz

Todos os dias, uma enorme quantidade de energia atinge a Terra sob a forma de luz do nosso Sol. Enquanto nós já temos maneiras de aproveitar a energia do Sol, como por meio de painéis solares, grande parte dela permanece inexplorada. 

Os cientistas esperam que seus experimentos com o Synlight iluminem maneiras de explorar essa energia desperdiçada.

Hauschild-Fotodesign, BFF
Centro Aeroespacial Alemão

No entanto, o experimento não está isento de riscos e custos. “Se você entrasse no quarto quando foi ligado, você queimaria diretamente”, disse Bernard Hoffschmidt do DLR em entrevista ao The Guardian. Para evitar isso, a experiência ocorrerá dentro de uma câmara de radiação protetora.

Este Sol artificial consome uma grande quantidade de energia quando ligado. Para se ter ideia, uma operação de quatro horas consome tanta eletricidade como uma casa de quatro pessoas usaria em um ano. Mas tudo isso valerá a pena se o experimento Synlight levar a uma energia mais eficiente e limpa para o futuro.

O primeiro objetivo é determinar a configuração ideal necessária para usar a luz solar para alimentar uma reação que produz combustível de hidrogênio – uma fonte potencial de combustível limpo para carros e aviões. 

“Precisaríamos de bilhões de toneladas de hidrogênio se quiséssemos conduzir [aviões] e carros com combustível sem CO2”, explicou Hoffschmidt. “As mudanças climáticas estão acelerando, então precisamos acelerar a inovação”.

No futuro, a instalação pode ser usada para testar a durabilidade de peças para viagem espacial quando atingidas pela radiação solar, assim não só poderia nos ajudar a lidar com nossa crise energética aqui na Terra, mas também poderia nos ajudar a explorar mundos muito além do nosso. Artigo originalmente publicado por Futurism.

Fonte: Science Alert Fotos: Reprodução / Science Alert

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